Envolvidos no esquema de produção de fakenews contra Beto Pereira depõem na Polícia Federal. Grupo produzia vídeos difamatórios contra o candidato

O influenciador digital Marcos Davalo Gimenes, conhecido como Vinte, e o ator Matheus dos Santos Lopes prestaram depoimento nesta sexta-feira (4) à Polícia Federal no âmbito das investigações sobre o esquema de produção de desinformação e fakenews contra a candidatura do deputado federal Beto Pereira (PSDB) à Prefeitura de Campo Grande.

Na manhã de ontem (3), três mandados de busca e apreensão foram cumpridos na capital como parte das investigações. A operação foi deflagrada a partir de uma determinação do Tribunal Regional Eleitoral (TRE-MS) e teve como alvos a agência de recrutamento de atores TAG ME Mídias, o ator Matheus e Marcos Davalo – que operava o perfil @vintecg no Instagram. A investigação tem por objeto identificar os financiadores e quem é a beneficiária de um esquema que produz filmes mentirosos que atacam a candidatura de Beto Pereira.

O caso teve início com a denúncia de que a agência TAG Meteria sido contratada para selecionar um intérprete que se assemelhasse a Beto Pereira. O objetivo foi criar um vídeo mentiroso, onde o ator, imitando o candidato, proferia ataques e declarações difamatórias. O material foi amplamente distribuído em grupos de WhatsApp, atingindo um grande número de eleitores na véspera da eleição.

Áudios vazados ontem (3) mostraram uma conversa entre Iolanda Pereira de Araújo, produtora de vídeo da campanha de Rose Modesto à Prefeitura de Campo Grande, e Elder Gattely, diretor da TAG ME. No áudio, Iolanda pede que a produtora de elenco localize atores com características físicas semelhantes a Beto, Azambuja e Riedel para a gravação de vídeos.

“Eu estou fazendo a campanha da Rose novamente e, a princípio, a gente precisa de um ator que seja parecido com Beto Pereira. Você conhece o adversário da Rose, Beto Pereira, que é do PSDB? É um comercial que a gente vai fazer”, afirma Iolanda nos áudios vazados.

E ela vai além, mostrando que as intenções do grupo de Rose eram de envolver – com o uso de atores – a imagem de Azambuja e Riedel na produção de vídeos. “Elder, deixa eu te falar. Agora a gente tá precisando, não precisa ser parecido, mas com as mesmas características do Reinaldo Azambuja e do Riedel. O Reinaldo tem que ser baixinho, magro e de cabelo branco, grisalho. E o Riedel tem que ser alto e gordo. Assim, não é gordo, barrigudo, forte. Você tem algum no seu casting assim? Não precisa ser igual, mas tem que ter essas características”, detalha a produtora.
Em nota à imprensa, a assessoria jurídica da TAG ME Mídias confirma que Iolanda Pereira de Araújo contatou a empresa no dia 31 de agosto em busca de atores com características físicas semelhantes a Beto Pereira. Os advogados afirmam, no entanto, que na oportunidade nada foi tratado sobre roteiro, que a negociação não foi concluída e que a contratação do ator jamais aconteceu por meio da empresa.

O vídeo

A ação de disseminação de desinformação gerou ao menos um vídeo, onde Matheus “interpretava” Beto Pereira em um script desabonador do candidato. O material foi amplamente distribuído em grupos de WhatsApp, atingindo um grande número de eleitores na véspera da eleição. Outra produtora da campanha de Rose Modesto, Thalita Rebello Miyasato de Faria, fez um PIX no valor de R$ 100,00 para o ator no dia 8 de setembro.

Durante as investigações, a PF identificou uma rede de colaboradores que atuava na produção e veiculação de informações falsas, utilizando táticas de desinformação para influenciar o resultado das eleições. A operação resultou na apreensão de computadores, celulares e documentos que poderão fornecer evidências adicionais sobre a autoria e a intenção dos envolvidos.

A ação da Polícia Federal destaca o compromisso das instituições em proteger a integridade do processo eleitoral e combater práticas ilícitas que ameaçam a democracia. O TRE reforçou a necessidade de vigilância e ação rápida diante de tentativas de manipulação da opinião pública.

As investigações continuam e os envolvidos no esquema poderão enfrentar penalidades que vão desde multas até sanções penais, dependendo da gravidade dos crimes identificados. A população é incentivada a denunciar casos de fake news e práticas fraudulentas, contribuindo para um ambiente eleitoral mais saudável e transparente.

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