Uma análise da Embrapa Agropecuária Oeste apontou ao menos 33 tipos de agrotóxicos nas águas do rio Dourados, que tem um curso de quase 100 quilômetros, banhando o município de Dourados, em Mato Grosso do Sul, e pertence à bacia hidrográfica do Rio Paraná.
O estudo foi apresentado pelo pesquisador Rômulo Penna Scorza Júnior, que informou que a pesquisa, realizada em 2022, considerou 47 agrotóxicos, dos quais 33 foram encontrados no rio Dourados. Scorza Júnior disse que não foi observado nenhum agrotóxico acima do valor máximo permitido em água superficial conforme Resolução 357/2005 do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama). No entanto, ponderou que a Resolução do Conama, que tem quase 20 anos, contempla apenas três dos 33 (menos de 1%) agrotóxicos verificados no rio Dourados – ou seja, não há como saber se os níveis de poluição relativos aos outros 30 produtos têm valores elevados conforme a legislação, pois não há normativa nesse sentido.
O problema foi debatido, nesta terça-feira (22), na Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável da Assembleia Legislativa. Os parlamentares definiram alguns encaminhamentos, entre os quais o envio do documento ao Ministério do Meio Ambiente. A Comissão vai oficiar a Embrapa para que encaminhe a pesquisa e tratar do problema com o Governo Federal. Decidiram ainda solicitar à Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD) estudo sobre a toxicologia de animais fluviais. Por sugestão da deputada Gleice Jane, a Comissão vai pedir informações a órgãos competentes sobre o impacto da presença de agrotóxicos no rio Dourados na saúde da população local.