MS é destaque na mídia por contaminação de populações por agrotóxicos

Mato Grosso do Sul foi destaque na mídia neste segundo dia do ano, infelizmente, de forma negativa. Em uma reportagem longa, no telejornal Hoje, da Rede Globo, o eterno problema da contaminação de pessoas por agrotóxicos aplicados em lavouras foi mostrado em dois municípios sul-mato-grossenses, envolvendo populações indígenas e não indígenas.

Primeiramente foi flagrada, com imagens, a aplicação de agrotóxicos, via aérea, muito próxima a uma escola, em  lavoura no município de Caarapó. De acordo com o depoimento de indígenas que habitam região, bem próxima a lavoura onde a aeronave jogava o veneno, a preocupação é geral, especialmente com as crianças indígenas, que tem apresentado sintomas como diarréia, dor de cabeça, vômitos, como consequência da ingestão indireta do veneno, seja respirando, na água ou mesmo nos alimentos.

O outro caso registrado pela reportagem foi no município de Juti, onde existe uma lagoa bem próxima a uma lavoura de soja. É nesse local que os indígenas que residem na região, buscam água para beber ou para cozinhar. Técnico do Iagro ouvido na reportagem alertou para o perigo dos agrotóxicos lançados via aérea  na área agrícola. A lavoura está em local um pouco mais alto do terreno, por isso, é grande o risco dos agrotóxicos serem levdos, principalmente quando chove, diretamente para a lagoa, que está em nível mais baixo. O risco de contaminação é grande destacou o técnico. E afirmou que os produtores devem cumprir a legislação específica para o uso de agrotóxicos na agricultura, especialmente quanto a aplicação aérea.

Descarte das embalagens

Também foi citado que os agricultores devem cumprir as regras quanto ao descarte das embalagens dos venenos, que têm, também, uma legislação específica. Por ignorância, mulheres indígenas tem utilizado dessas embalagens abandonadas de forma irresponsável próximo as lavouras, para transportar água captada na lagoa e levada diretamente para as aldeias.

É impressionante como, em pleno século 21, quando as tecnologias mais modernas do mundo, são aplicadas pelos agricultores, ainda exista tamanho descaso com a utilização mais racional dos agrotóxicos. Esse segmento também deveria merecer atenção da pesquisa no sentido de se se produzir algo com um grau de risco menor.

Na verdade, porém, esse é um setor que, no âmbito do Ministério da Agricultura, ao invés de merecer uma atenção rígida, especialmente na liberação desse tipo de produtos, a cada ano são liberados centenas de novas marcas, inclusive de agrotóxicos com componentes químicos há muito proibidos na Europa e nos Estados Unidos que, no Brasil, são vendidos livremente.

A senadora Tereza Cristina (PP/MS), quando foi ministra da Agricultura no Governo Bolsonaro, teve como uma das suas primeiras ações no ministério, liberar mais de 250 tipos de agrotóxicos que estavam aguardando liberação. E assim tem sido entra Governo e sai Governo, que atendem os interesses da poderosa indústria química desse segmento.

(Da Redação)

Compartilhe essa notícia

Facebook
Twitter
WhatsApp

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *