Nos EUA, investidores apontam fim do ciclo de altas nos juros no Brasil. Isso depois da anunciada melhora da nota de classificação de risco do Brasil pela agência Fitch, que provocou uma onda de otimismo no mercado financeiro.
Em queda mais uma vez, na última semana de julho, o dólar voltou a cerca de R$ 4,70 e voltou a atingir o menor valor do ano. A moeda norte-americana está no menor nível desde 20 de abril do ano passado, quando tinha fechado em R$ 4,62. A divisa cai 1,29% em julho e 10,45% em 2023. O mercado de ações também teve ganhos. O índice Ibovespa, da B3, fechou aos 112.560 pontos, com alta de 0,45%. Apesar da queda de ações de petroleiras e de mineradoras, ações de bancos e de varejistas sustentaram a bolsa. O indicador está no nível mais alto desde 9 de agosto de 2021.
Por outro lado, o programa Desenrola Brasil, que foca no volta da capacidade de crédito da população que está endividada com bancos, também teve uma participação positiva na avaliação do cenário econômico do País.
A decisão da Fitch animou os investidores. A agência de classificação de risco elevou a nota do país para BB, contra BB-, com perspectiva estável (sem a possibilidade de mudar a classificação nos próximos meses). A Fitch atribuiu a decisão a um desempenho macroeconômico e fiscal melhor que o esperado da economia brasileira. A melhoria da nota estimula a entrada de capital financeiro no Brasil.
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, comemorou a avaliação da Fitch. “Tem muito trabalho pela frente, mas estou confiante. A chamada crise econômica que o Brasil vive é o desdobramento de uma crise de natureza política”, disse o ministro em entrevista coletiva, em Brasília.
Nota de crédito – Essa nota geralmente é representada por letras, números e sinais matemáticos e normalmente vão de D, que é a nota mais baixa a AAA – a nota mais alta e as notas são classificadas, pelos organismos, em dois grupos principais: grau especulativo e grau de investimento e é a partir dessa nota de risco que os investidores podem avaliar melhor se compensa investir capital naquele país, se existe chance de ganhos que compensem o risco de perder o capital investido – e se a economia desse país é estável ou instável. Essa avaliação é o instrumento que vai emitir uma opinião independente a respeito do risco de crédito da dívida desse país analisado.
Alguns fundos de pensão internacionais, de países da Europa ou os Estados Unidos, por exemplo, seguem a regra de que só se pode investir em títulos de países que estão classificados com grau de investimento por agências internacionais e é por isso que essa “nota” permite que o país receba recursos de investidores interessados em aplicar seu dinheiro naquele local.
*com informações da Agência Brasil e Câmara dos Deputados