Notícia preocupante para Mato Grosso do Sul e todos os Estados que têm feito uso do gás boliviano que chega ao Brasil por Corumbá, cruza todo o MS, passando por Campo Grande e Três Lagoas com destino a São Paulo e região. A revista Veja publicou na primeira edição de setembro declarações do presidente da Bolívia, Luis Arce, onde ele admite o esgotamento das reservas de gás em seu país, que abastecem não apenas o Brasil, através do gasoduto Bolívia-Brasil, mas também a Argentina.
Arce está preocupado com a perda de grande receita oriunda das exportações do gás para seus dois vizinhos, e também com os reflexos internos, que certamente virão com o fim das reservas. A Bolívia, de grande exportador, poderá em breve passar a importar gás, o que seria desastroso para a economia boliviana.
A notícia vem justamente quando o Brasil, por meio da Petrobrás e representantes do Governo de Mato Grosso do Sul, havia iniciado as primeiras tratativas para aumentar o volume de gás boliviano a ser importado. Os objetivos de uma compra maior de gás pelo Brasil são vários, mais especialmente para Mato Grosso do Sul pela retomada do projeto de conclusão das obras e entrada em operação da indústria de fertilizantes de Três Lagoas.
O Governo Federal estudava para os últimos meses deste ano, o reinício das obras de conclusão da indústria pela Petrobrás. No Estado, inúmeras indústrias utilizam o produto via MS-Gás. Se confirmado o esgotamento dessa fonte de combustível e energia, as consequências serão danosas para a economia de Mato Grosso do Sul.
As grandes reservas de gás boliviano eram protegidas pelos governos anteriores ao do ex-presidente Evo Morales. Conforme as informações divulgadas agora, pelo anúncio feito pelo presidente Arce, durante o período dos governos de Morales a política foi de exportar muito, como forma de arrecadar divisas, mas teria havido total descontrole com a exportação de grandes volumes, algo em torno de 60 milhões de metros cúbicos/dia para a Argentina e para o Brasil.
Outra preocupação do governo boliviano é de não conseguirem cumprir os contratos já firmados com a Petrobrás e com a Argentina. Isso resultaria em pesadas multas por quebra de contrato, combalindo ainda mais a frágil economia boliviana.
Com informações da Revista Veja.