Por determinação do ministro do STF, Alexandre de Moraes, a casa de Jair Bolsonaro foi alvo, hoje cedo, da Operação Venire que investiga adulteração em cartões de vacinação. Cartões de vacinação falsificados para o ex-presidente e a filha Laura foram encontrados e seu celular pessoal apreendido.
“Nunca falei que tomei a vacina [de covid-19]. Nunca me foi pedido cartão de vacinação nos EUA. Não existe adulteração de minha parte”. Bolsonaro ainda afirmou que optou por não tomar a vacina após ler a bula do imunizante: “eu não tomei a vacina. Foi uma decisão pessoal minha, depois de ler a bula da [vacina] Pfizer.”.
Estão sendo cumpridos 16 mandados de busca e apreensão e seis mandados de prisão preventiva em Brasília e no Rio de Janeiro.
No Twitter, a ex-primeira-dama Michele Bolsonaro comentou a ação: “Hoje a PF fez uma busca e apreensão na nossa casa, não sabemos o motivo e nem o nosso advogado não teve acesso aos autos. Apenas o celular do meu marido foi apreendido. Ficamos sabendo, pela imprensa que o motivo seria “falsificação de cartão de vacina” do meu marido e de nossa filha Laura. Na minha casa, apenas EU fui vacinada.”
Seis pessoas foram detidas. Entre elas, o tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente. O deputado Gutemberg Reis (MDB-RJ), também está na mira dessa Operação, e teve documentos apreendidos em sua base eleitoral, no Rio de Janeiro, e em sua residência em Brasília. O parlamentar nega que tenha adulterado seu comprovante de vacinação.
Operação Venire
A PF informou que também está sendo feita análise do material apreendido durante as buscas e a realização de oitivas de pessoas que detenham informações sobre o caso: “As inserções falsas, que ocorreram entre novembro de 2021 e dezembro de 2022, tiveram como consequência a alteração da verdade sobre fato juridicamente relevante, qual seja, a condição de imunizado contra a covid-19 dos beneficiários. Com isso, tais pessoas puderam emitir os respectivos certificados de vacinação e utilizá-los para burlarem as restrições sanitárias vigentes impostas pelos poderes públicos (Brasil e Estados Unidos) destinadas a impedir a propagação de doença contagiosa”.
Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil