O 8ª edição do Salão do Turismo: Conheça o Brasil, promovido pelo Ministério do Turismo, foi palco, na sexta-feira (9/8), do lançamento do Plano Nacional de Turismo (PNT) 2024-2027. O documento – apresentado pelo ministro do Turismo, Celso Sabino – define metas a serem alcançadas pelo setor nos próximos três anos, como o aumento de 93 milhões para 150 milhões no número de viagens nacionais e alcançar as marcas de 8,1 milhões de turistas internacionais visitando o Brasil e de US$ 8,1 bilhões em receitas geradas por estrangeiros. O evento conta com apoio da Fecomércio-RJ, Sebrae Nacional, SESC, SENAC, Secretaria de Turismo do Estado e Prefeitura Municipal do Rio de Janeiro.
O documento com a visão, princípios, eixos de atuação e objetivos para o desenvolvimento do setor, ao longo do período, estima ainda elevar de 2 milhões para 3 milhões o número de postos de trabalho formais no turismo nacional. Outra perspectiva é de superar os 8,1 milhões de turistas internacionais, alcançando a marca de 10 milhões. “Temos o compromisso de alcançar a marca de 10 milhões de visitantes estrangeiros e, se mantivermos os bons resultados registrados neste ano, não tenho dúvida de que atingiremos esse objetivo”, afirmou o ministro do Turismo, Celso Sabino.
A elaboração do PNT busca reforçar o protagonismo do turismo na sustentabilidade e na inclusão social e ocorreu de forma conjunta com o Conselho Nacional de Turismo (CNT), que reúne gestores públicos, privados, sociedade civil e acadêmicos. O Plano tem como objetivo geral tornar o Brasil líder sul-americano na recepção de visitantes até 2027, tendo no turismo um grande vetor de desenvolvimento sustentável e de geração de emprego e renda.
Os princípios estabelecidos para implementação do PNT são cooperação e regionalização, desenvolvimento e inserção produtiva de pessoas, sustentabilidade, inovação e transformação digital, além da democratização do acesso ao turismo. Como visão para 2027, o Plano se propõe a posicionar o Brasil como “destino incomparável, seguro, inclusivo, sustentável, inovador e referência em experiências únicas e memoráveis”.
O ministro Celso Sabino enalteceu a união de esforços pelo fortalecimento do turismo. “A retomada e a intensificação do diálogo com os diferentes setores da vida nacional são premissas do governo do presidente Lula, e isso se traduz em atitudes como a reinstalação e a ampliação da participação social no CNT, promovidas recentemente. O PNT não é um plano do Ministério do Turismo, é uma orientação para todos – órgãos públicos e iniciativa privada. É um plano para o Brasil, a ser implementado por todos!”, conclamou Sabino.
O novo PNT, alinhado ao Plano Plurianual 2024-2027, institui 20 programas e planos setoriais para o alcance de seus propósitos. As estratégias de operação serão construídas de forma participativa, no âmbito das Câmaras Temáticas do CNT, que poderão contar com convidados da sociedade civil e especialistas. Uma das ações é o Plano de Adaptação Climática para o Turismo, corroborando a Agenda 2030 da Organização das Nações Unidas (ONU).
PROGRAMAS
O PNT também define a execução, entre outros, de programas de qualificação profissional e de inserção produtiva no turismo, de mobilidade e conectividade turística e de segurança turística, além de planos de marketing nacional e internacional. O documento institui formalmente, ainda, o Programa de Incentivo a Viagens: Conheça o Brasil, já executado por meio do Conheça o Brasil: Voando, do Conheça o Brasil: Realiza e do Conheça o Brasil: Cívico.
O Plano também apresenta as tendências observadas para os próximos anos no setor, a exemplo do afroturismo, do turismo regenerativo (a busca por viagens cada vez mais ecologicamente conscientes e com menos impactos ambientais), do nomadismo digital, das experiências gastronômicas como motivação principal de viagens, do turismo de esportes e do turismo musical.
Celso Sabino referiu empenho para ampliar o ecoturismo e o turismo regenerativo, a fim de incentivar a conservação de recursos naturais por meio de uma atividade turística sustentável. “Trabalhamos por sustentabilidade econômica, ambiental e social. É preciso, como estamos fazendo, incentivar o turismo de base comunitária, que permite a distribuição igualitária de benefícios e a redução de danos ambientais. É isso que vamos mostrar ao mundo na COP30, consolidando o Brasil na vanguarda do desenvolvimento sustentável”, frisou.
REGIONALIZAÇÃO
O PNT também altera a denominação dos municípios integrantes das regiões turísticas do Mapa do Turismo Brasileiro, um dos balizadores da atuação do MTur. Com a mudança, as localidades passam a ser categorizadas como “municípios turísticos”, “municípios com oferta turística complementar” e “municípios de apoio ao turismo”.
Os “municípios turísticos”, atualmente nas categorias A e B do Mapa do Turismo, concentram os maiores fluxos de visitantes e detêm os principais atrativos e serviços turísticos. Já os “municípios com oferta turística complementar” (até então categorias C e D) possuem atrativos e serviços que agregam à oferta da região. Os “municípios de apoio ao turismo” (atualmente categoria E), por sua vez, não têm fluxo turístico ou apresentam movimento pouco expressivo, mas se beneficiam da atividade fornecendo, para cidades com oferta complementar, mão de obra, serviços ou produtos associados ao setor.