Pesadelo no Haiti – Primeiro ministro renuncia diante do terror que gangues impõem à população pela tomada do poder.

A população haitiana tem vivido o caos imposto pelas milícias e gangues, que aterrorizam as cidades pela tentativa de tomada do poder político naquele país. Na capital do Haiti, Porto Príncipe, a situação só se agravou. Todas as saídas da cidade estão bloqueadas pelos terroristas, inclusive o acesso ao porto e ao aeroporto. O que mais vê pelas ruas são buracos de bala nas paredes. Os supermercados estão ficando sem alimentos, os postos de gasolina estão sem combustível e os hospitais não têm bolsas de sangue disponíveis para atender os feridos.

O ex-oficial da Policia Nacional do Haiti, Jimmy Cherizier, conhecido como “Barbeque” é o líder nessa rebelião sangrenta, que já proporcionou a fuga de cerca de 4.00 mil presos, mais de 400 casas incendiadas e agora engajados nas gangues.

A condição de miséria já é histórica no Haiti. A abissal desigualdade social assola o país há décadas. A maioria das pessoas vive com menos de quatro dólares por dia. Cerca 80% de Porto Príncipe é atualmente controlada por gangues, segundo a ONU. O Haiti entrou em crise no início de março desse ano, quando os grupos pediram a renúncia do primeiro-ministro Henry e do seu governo. Gangues e coligações rivais também combatem entre si, dividindo o território para avanços táticos.

A polícia nacional do Haiti luta com recursos limitados e ainda enfrenta ataques como alvos dos guerrilheiros. A atual crise de segurança do Haiti é a mais devastadora que o país enfrentou nos últimos anos — violência crônica, crises políticas e secas, que deixam cerca de 5,5 milhões de haitianos — cerca de metade da população — precisando de assistência humanitária.

O primeiro-ministro do Haiti, Ariel Henry, que renunciou essa semana, chegou ao poder em 2021, após o assassinato do então presidente do Haiti, Jovenel Moïse. Ele não foi eleito pelo povo e seu mandato foi marcado pela violência crescente entre gangues, por não ter conseguido realizar eleições em fevereiro passado, dizendo que a insegurança do país comprometeria a votação. Henry se encontra atualmente em Porto Rico, após ter sido impedido por gangues armadas de voltar para casa.

Uma última esperança para Porto Príncipe pode ser o envio de tropas estrangeiras para reforçar a polícia e confrontar os grupos de revoltosos, com sinal verde do Conselho de Segurança da ONU e liderada pelo Quênia. Mas, essa possibilidade se torna a cada dia mais remota, pois após a renúncia de Henry, o governo queniano informou que o envio das forças seria adiado, pela instabilidade vivida pelo país haitiano.

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