Mesmo com um crescimento de 5,4% na área cultivada de milho na atual safra agrícola, os produtores de Mato Grosso do Sul devem ficar atentos com o desenvolvimento da cultura uma vez que mais de 50% da área cultivada com milho foi plantada fora da janela ideal para o plantio. Isso deixa as lavouras vulneráveis a possíveis intempéries climáticas, como o frio, e também a possível falta de chuvas até o final da safra. Os mais recentes números referentes a safra de milho foram divulgados no boletim do Projeto Siga – Sistema de Informação Geográfica do Agronegócio, mantido pelo Sistema Famasul, Aprosoja e Semadesc.
De acordo com o boletim, a expectativa é de uma produtividade média de 80,33 sacas por hectare nas lavouras de MS. Esses números apontam para uma estimativa de produção de aproximadamente 11,206 milhões de toneladas de milho. No entanto, a porcentagem de área colhida na segunda safra 2022/2023 está cerca de 3,50 pontos percentuais abaixo do mesmo período da safra anterior, considerando os dados até 30 de junho. A área ainda está em levantamento, o que indica que podem ocorrer variações para mais ou menos em relação à área prevista. Atualmente, cerca de 30,11% da safra de milho 2022/2023 já está comercializada.
Riscos de geada
“Apesar dos dados positivos, existem fatores que precisam ser observados de perto pelos produtores. Um deles é a incerteza em relação à cultura, uma vez que 54% da produção de milho em Mato Grosso do Sul foi plantada mais tarde, com atraso. Essa situação aumenta o risco de danos causados por intempéries como estiagem, geada e queda de granizo. É necessário monitorar cuidadosamente as condições meteorológicas e adotar estratégias para minimizar possíveis perdas”, comentou o secretário Jaime Verruck, da Semadesc.
O boletim do Projeto Siga aponta que, no mês de junho, por exemplo, ocorreu uma geada nas regiões Oeste, Centro e Sudoeste do estado, afetando municípios como Bonito, Maracaju, Nova Alvorada do Sul, Rio Brilhantes, Antônio João e Ponta Porã. “Felizmente, a geada foi localizada e de baixa intensidade, não causando danos significativos nas lavouras de milho segunda safra. Esse resultado aliviou as preocupações dos produtores, mas reforça a importância de monitorar de perto as condições climáticas”, reitera o documento.