O discurso de cerca de 15 minutos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, na abertura da 78ª Assembleia Geral da ONU na terça-feira (19), foi aplaudido espontaneamente sete vezes pela plateia, e segue repercutindo positivamente pelo mundo.
Diante das maiores lideranças mundiais, Lula tocou em pontos sensíveis: a fome, que aflige 735 milhões de pessoas no planeta (dado da própria ONU); desigualdade social; aquecimento global e as mudanças climáticas, que estão provocando tragédias a exemplo de Marrocos e Rio Grande do Sul; combate a desmatamentos de florestas; adoção de fontes de energia limpa; taxação do patrimônio dos mais ricos em favor dos mais pobres (os 10 maiores bilionários possuem mais riqueza do que os 40% mais pobres da humanidade); e conclamou os países poderosos economicamente a trabalhar mais pelas populações mais vulneráveis.
Sobre o Brasil, o presidente destacou a diminuição do desmatamento na Amazônia; que a maior parte da energia elétrica consumida no País é proveniente de fontes renováveis.
Trechos do discurso
“Se hoje retorno na honrosa condição de presidente do Brasil, é graças à vitória da democracia em meu país. A democracia garantiu que superássemos o ódio, a desinformação e a opressão”.
“O Brasil está se reencontrando consigo mesmo, com nossa região, com o mundo e com o multilateralismo. Como não me canso de repetir, o Brasil está de volta. Nosso país está de volta para dar sua devida contribuição ao enfrentamento dos principais desafios globais”.
“A desigualdade precisa inspirar indignação. Indignação com a fome, a pobreza, a guerra, o desrespeito ao ser humano.Somente movidos pela força da indignação poderemos agir com vontade e determinação para vencer a desigualdade e transformar efetivamente o mundo a nosso redor. A ONU precisa cumprir seu papel de construtora de um mundo mais justo, solidário e fraterno. Mas só o fará se seus membros tiverem a coragem de proclamar sua indignação com a desigualdade e trabalhar incansavelmente para superá-la”.