Hacker preso compromete deputada Carla Zambelli e diz que Bolsonaro perguntou sobre ‘invasão de urnas’.

As declarações do hacker Walter Delgatti Neto, o “Vermelho”, preso ontem (2) colocaram a deputada Carla Zambelli (PL-SP) na mira da Polícia Federal. Zambelli e “Vermelho” foram os alvos principais da Operação 3FA, por supostos crimes de invasão de dispositivo informático e falsidade ideológica. Quatro endereços da deputada foram vasculhados pela PF, que tinha ordem para apreender passaportes, armas, celulares e bens de valor superior a R$ 10 mil. Em coletiva após a ofensiva, a deputada tentou blindar o ex-presidente.

À Procuradoria-Geral da República e à PF, Delgatti contou que a parlamentar teria se aproximado dele em setembro de 2022, durante o período eleitoral afim de “que ele invadisse as urnas eletrônicas, ou qualquer sistema da Justiça, para demonstrar a fragilidade do sistema judicial”.

Preso por ordem do ministro Alexandre de Moraes, do STF, o hacker comprometeu diretamente Zambelli, aliada de Bolsonaro. De acordo com ele, ela teria lhe pedido que caso não conseguisse hackear as urnas, que obtivesse “conversas comprometedoras” de Alexandre de Moraes. Delgatti também implicou o ex-presidente Jair Bolsonaro, com quem afirma ter se encontrado no Palácio do Alvorada. Segundo ele, o então presidente teria perguntado se “munido do código fonte, conseguiria invadir a urna eletrônica”. “Mas isso não foi adiante, pois o acesso que foi dado pelo TSE foi apenas na sede do Tribunal”, declarou.

Delgatti disse que não conseguiu invadir o sistema do TSE “mesmo após diversas tentativas, pois o código fonte da urna eletrônica não fica hospedado em um computador com acesso à Internet, mas em um computador offline, não sendo possível o acesso externo”. Sobre a invasão do sistema do Conselho Nacional de Justiça – ponto central da operação aberta pela Polícia Federal – garantiu que Bolsonaro “não teve qualquer relação”.

Em coletiva, a deputada disse que a investigação tenta relacionar o hacker a Bolsonaro, e que estão tentando se aproveitar de sua relação com o ex-presidente para envolvê-lo no caso: “A impressão que eu tenho é que estão tentando envolver o presidente através de mim pelo fato de eu ser bastante ligada a ele, e isso não vai acontecer, porque não há prova alguma e nada que tenha sido feito a pedido do presidente em qualquer coisa”.

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