Governo Federal, atento às dificuldades do setor agrícola, anunciará Plano Safra

Após a viagem do presidente Lula à França e à Itália, onde terá audiência com o Papa Francisco, o Governo Federal anunciará o Plano Safra 2023/24, na última semana de junho. A informação é do assessor especial do Ministério da Agricultura, Carlos Ernesto Augustin, manifestada na sexta-feira (16) em Rondonópolis (MT), onde participou de Feira de Armazenagem.

E conforme informou Augustin, ainda não se sabe o quanto será disponibilizado, mas é certo que haverá redução da taxa de juro entre 2 e 3 pontos percentuais em relação às taxas nominais. Só que esse juro diferenciado, será assegurado àqueles produtores que se comprometerem em promover melhorias e compromissos ambientais e sociais, como por exemplo, o uso de defensivos biológicos, o que está sendo chamado de CAR “bem andado” e também promover a ampliação das reservas legais.

“Sobre a taxa de juros, tem todo um detalhamento que nós estamos finalizando, onde a cada item, cada vantagem ambiental, teria uma redução de taxa de juro, podendo essa taxa ter uma redução de até 2% ou 3% em cima das taxas nominais. Mas, isso ainda não está completamente definido. Depende ainda de ajustes técnicos com a Fazenda”, declarou o representante do Ministério da Agricultura.

De acordo com o assessor especial do Mapa, o Governo federal está ciente e preocupado com os rumos que os preços agrícolas estão tomando pelas incertezas do mercado, provocadas pelos problemas climáticos que influenciam as colheitas, especialmente hoje nos Estados Unidos. E por isso, garante que a Conab voltará a atuar com a prática dos estoques reguladores, especialmente do milho.

Safra dos EUA guiará preços da soja na América do Sul

“O próprio presidente Lula já falou que a Conab vai voltar a atuar como fazia no passado, tanto no que se refere ao estoque regulador como para PEP e PEPRO, garantindo o preço mínimo para o agricultor. Está em nosso radar e no da Presidência da República apoiar o agricultor nesta hora bem complexa, em que os preços estão instáveis”, frisou o representante do Ministério da Agricultura.

Quanto a linha de financiamento rural em dólar com taxa fixa, anunciada pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) em abril deste ano, que é destinada para aquisição de máquinas e equipamentos, ela poderá ser estendida para armazenagem e correção de solos. Isso, especialmente pela instabilidade existente hoje no setor causada pelos problemas climáticos, pelas quedas nos preços e as indefinições quanto as futuras colheitas de soja, milho, algodão e trigo, em todas as regiões agrícolas brasileiras.

A linha de financiamento rural em dólar é destinada, conforme o BNDES, à produtores rurais que tenham receitas ou contratos em dólar. A taxa de juros é de 7,5% para 120 meses, dos quais 24 meses são de carência.

Dias difíceis

Conforme o assessor especial do Ministério da Agricultura, o momento vivido pela agricultura brasileira, diante de custos altos e rentabilidade apertada, é de cautela. Augustin pontuou durante a Febrasem que “o momento não é de comprar Porsche e sim de segurar no bote salva vidas”.

E prosseguiu afirmando que “a gente sabe que a agricultura é cíclica e realmente nos últimos dois anos nós estávamos na crista de cima e eu acho que agora nós estamos na crista de baixo. O agricultor sabe disso, que vai e volta. Então, é a hora de gastar menos, é a hora de ser bastante econômico. É hora de cautela e esperar o mundo voltar ao que era, porque a pandemia saltou o preço das commodities e dos insumos e agora essas coisas todas vão encontrar um outro patamar de equilibro”, concluiu.

Maurício Hugo

 

 

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