Preocupado com os riscos ambientais do delicado ecossistema da Bacia do Rio Formoso, e toda a região de Bonito, o Governo de Mato Grosso do Sul criou o Grupo de Trabalho Interinstitucional , que deve identificar e propor as soluções de preservação ambiental do curso d’água localizado em Bonito. O grupo deverá elaborar propostas e projetos para a recuperação, proteção e uso sustentável da Bacia do Rio Formoso.
O governador Eduardo Riedel participou da primeira reunião do grupo, realizada na quinta feira, dia 18, e pontuou sobre a responsabilidade do Estado em estabelecer e colocar em prática, ações de preservação ambiental em Bonito, com foco no Rio Formoso.
“Bonito é um patrimônio do Brasil, e do mundo. E isso nos impõe uma responsabilidade muito grande. A gente precisa criar mecanismos e buscar soluções. Este grupo de trabalho é importante, no sentido de estabelecer um cronograma de ações e prazos. Precisamos e devemos dar esse retorno para Bonito, que é representativo e um ícone de todo o potencial turístico e de preservação que temos no Estado”, disse Riedel.
Com demandas específicas relacionadas ao meio ambiente, Bonito é considerada a capital do ecoturismo do Estado e um dos melhores destinos do Brasil. Com investimentos e apoio do Governo do Estado, o município registrou recordes em 2023. Foram mais de 313,3 mil turistas e 909,6 mil visitantes aos atrativos do município.
O relatório do OTEB (Observatório do Turismo e Eventos de Bonito), coordenado pelo Bonito Convention e Visitors Bureau, divulgado na semana passada, apontou que em 2023, o município teve o melhor público desde 2015.
O Governo do Estado está atento e mantém atuação constante nas questões relacionadas a preservação ambiental no município. Por isso, o grupo de trabalho tem a responsabilidade de melhorar a conservação ambiental, propor plano de ação e projeto de execução.
“Este grupo específico é para que a gente possa ter ações efetivas, práticas e de curto prazo, em relação a situação do Rio Formoso. Obviamente nós já temos um conjunto de ações para toda a bacia e os outros municípios, Bodoque e Jardim, além de Bonito. O nosso objetivo é construir soluções, do Governo junto com a prefeitura”, disse o secretário Jaime Verruck, da Secretaria de Estado do Meio Ambiente e Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação.
A criação do grupo foi formalizada em dezembro de 2023, e levou em consideração o crescimento do município de Bonito, bem como o aumento expressivo no número de visitantes nos últimos anos, além da necessidade de desenvolver ações que permitam o desenvolvimento sustentável, preservando as belezas naturais e a qualidade de vida da população.
O grupo tem prazo de 120 dias para apresentação das propostas de ação para recuperação, proteção e uso sustentável do Rio Formoso, que é um dos principais rios de Bonito e considerado um dos rios de maior beleza cênica do mundo.
Soja é a principal ameaça
Embora o tema não seja mencionado abertamente, a maior ameaça hoje para o município de Bonito, com potencial capaz de comprometer gravemente as belezas que fazem da região o atrativo turístico mais importante de Mato Grosso do Sul, sem dúvida é o avanço perigoso da sojicultura – atividade que, entre outros aspectos, promove o desmatamento agudo de áreas nativas da região. Os cursos d’água, principalmente, são alvo potenciais de contaminação e poluição no caso de ocorrer algum problema como já ocorrido por ocasião de chuvas torrenciais na região. Por isso, a atividade agrícola pode representar séria ameaça aos atrativos tão importantes e que fazem do município e região o mais concorrido e visitado ponto turístico, famoso e premiado mundialmente.
Como afirmou o governador Eduardo Riedel, “Bonito é um patrimônio do Brasil, e do mundo. E isso nos impõe uma responsabilidade muito grande”. Certamente, como produtor rural que é, Eduardo Riedel não vai querer um ônus desses para sua administração, e nem para o futuro. Certamente, por isso, está exigindo do Grupo e dos responsáveis diretos por esse tema, a atenção e os cuidados necessários para evitar um problema tão sério como esse para a região e para o Mato Grosso do Sul como um todo.