O 4º Seminário do 9º Ciclo de Seminários Agrícolas CanaMS, realizado na quinta-feira, 24 de outubro, teve como tema central o “Preparo do Solo e Plantio”. Aconteceu no auditório da Embrapa Agropecuária Oeste, reunindo líderes das grandes empresas do setor sucroenergético do Mato Grosso do Sul.
A abertura contou com a participação do diretor da TCH Gestão Agrícola, José Trevelin Junior e do chefe geral da Embrapa Agropecuária Oeste, Harley Nonato de Oliveira. Eles deram as boas-vindas aos participantes e ressaltaram a importância de práticas sustentáveis e inovações para o fortalecimento do setor.
Harley falou sobre a importância do etanol, que é uma alternativa rápida e barata para reduzir as emissões globais de gases de efeito estufa (GEE) relacionadas à mobilidade urbana. Ele se referiu aos dados apresentados no livro intitulado “Bioethanol: fast track to mobility decarbonization” que foi destaque no G20, realizado em Foz do Iguaçu. O material, escrito em inglês, pretende divulgar globalmente a bem-sucedida experiência brasileira do etanol.
O Brasil tem inovação e tecnologia de ponta para produzir etanol que atendem aos requisitos de potência pela maior octanagem do etanol e tem capacidade de ofertar etanol. Dados da Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), apresentados no Anuário Brasileiro do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis 2024 revelam um crescimento de 15,5% na produção de etanol nacional, totalizando 35,4 bilhões de litros. Esse mesmo documento informa que as vendas de gasolina C, somaram em 2023 aproximadamente 46 bilhões de litros. No entanto, segundo dados da Consultoria Datagro, apenas 30% dos proprietários de carro flex usam biocombustível. “Todos esses dados demonstram que o etanol brasileiro pode reduzir amplamente a pegada de carbono, contribuindo com performance, competitividade e sustentabilidade”, disse Harley, durante a abertura do evento.
Mato Grosso do Sul, por sua vez, segue essa tendência de avanço nas pesquisas e na produção de etanol, porém com resultados muito expressivos. Dados da Associação dos Produtores de Bioenergia de Mato Grosso do Sul (Biosul) revelam que a produção de etanol em Mato Grosso do Sul cresceu em 75%, enquanto a média nacional foi de 19%. Segundo o presidente da Biosul, Amaury Pekelman, os investimentos do setor sucroenergético no Estado devem chegar a R$6 bilhões nos próximos anos e o MS caminha para ser o segundo maior produtor de etanol do Brasil. Além disso, o setor está avançando no desenvolvimento de tecnologias para novos produtos.
Programação
O Seminário começou com a palestra de Cláudio Moreira Brandão Coelho, gerente de Pesquisa & Desenvolvimento da Euroforte, que apresentou o tema “máxima disponibilidade do fósforo para as plantas”. Em seguida, Lucas Brunetti, consultor em agronegócios do Banco Itaú, falou sobre “perspectivas para o setor sucroenergético”, trazendo uma análise estratégica para os desafios e oportunidades da área.
Após o intervalo, a tarde foi marcada pela palestra de Guilherme Castioni, especialista do Centro de Tecnologia Canavieira (CTC) que falou sobre “preparo de solo em cana-de-açúcar baseado em unidades de manejo”. Na sequência a apresentação de Isaias Caio Morelli, desenvolvedor de mercado da Biotrop, abordou o assunto “desmistificando a síndrome da murcha da cana-de-açúcar”.
A programação técnica continuou com a palestra de Paulo Ponciano, da Agtech Agrotecnologia, que apresentou as “melhores práticas no plantio automatizado”, e se encerrou com o case de sucesso apresentado por Paulo Vitor Prates Nogueira, gerente agrícola da Usina Laguna, que falou sobre a virada de chave com plantio mecanizado.
Expectativas
No encerramento, José Trevelin Junior e o pesquisador Cesar José da Silva, da Embrapa Agropecuária Oeste, agradeceram a presença dos participantes. Em nome de todas as instituições organizadoras e patrocinadoras do CanaMS, a Embrapa e a TCH Gestão Agrícola também estenderam o convite para o próximo ciclo de seminários que será realizado em 2025.