Mato Grosso do Sul ganhou um forte aliado, a Embratur – Agência Brasileira de Promoção Internacional do Turismo, para garantir novos voos comerciais que atendam seus principais destinos turísticos – Pantanal e Bonito, com conexão com Campo Grande. Este foi um dos principais assuntos discutidos na reunião fechada do presidente da Embratur, Marcelo Freixo, com a Fundação de Turismo de MS (Fundtur) e o Conselho Estadual de Turismo, na sexta-feira, 24 de maio.
Freixo adiantou que é parceiro do Estado nessa disputa por novos voos que atenda as demandas de fluxo de turistas, acrescentando que de volta a Brasília terá uma reunião na próxima semana com a Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) e com a equipe técnica de captação de voos da agência para discutir alternativas possíveis para atender a reivindicação do trade turístico local. “O Estado está pronto para receber gente do mundo inteiro”, disse.
O diretor-presidente da Fundtur, Bruno Wendling, reforçou que o governo federal e a Embratur vão trabalhar essa demanda, somando-se ao Programa Decolar, criado pelo governo estadual com benefícios de ICMs do combustível. “Vamos fazer parte de uma força-tarefa com a União e a Embratur para fortalecermos a promoção que nos garante assentos ocupados, numa articulação também com o Ministério dos Transportes. Já temos uma negociação em curso com a Tam, Gol e Azul”, informou.
Bonito e Pantanal: referências
Cumprindo agenda dupla – turismo e política, em campanha (ainda) disfarçada para a pré-candidata do PT à prefeitura de Campo Grande, a deputada federal Camila Jara, o presidente da Embratur visitou o Estado pela primeira vez desde que assumiu o cargo. Após participar do lançamento da segunda edição do Festival de Cinema Sul-americano de Bonito (Bonito CineSur) e se reunir com o trade turístico, esteve com o governador Eduardo Riedel, com quem almoçou no Parque dos Poderes.
“Assim como ocorre em Gramado, Bonito pode se tornar um destino também para a difusão do audiovisual, que é muito importante para o turismo e o meio ambiente”, comentou. “Essa visão global é interessante, um grande festival em Bonito, como é o de Gramado, soma muito com o turismo ao promover o destino, a mistura da visita com a produção cultural, a capacitação do audiovisual, o fluxo de gente, enfim, é um golaço”, disse, em entrevista ao Lugares.
Sobre as parcerias com a Fundtur, Marcelo Freixo destacou o posicionamento do turismo de Mato Grosso do Sul no mercado internacional: “Sempre digo que Bonito e Pantanal são fundamentais para o turismo do Brasil, não só para o Estado, são referências que levamos para todos os grandes eventos no exterior. Desde a gastronomia, as belezas naturais e agora a certificação de Bonito como carbono neutro. São muitas ações fruto dessa parceria”.
Freixo realçou ainda a vocação do Estado para o ecoturismo. “O que nós temos visto é que os turistas internacionais têm procurado, cada vez mais, destinos de natureza para as suas viagens. E o Brasil, com seis biomas e a maior biodiversidade do mundo, tem que ser a opção número um para essas pessoas. O Mato Grosso do Sul tem em Bonito um importante polo de turismo de natureza para o mundo, tem o Pantanal, maior planície encharcada do planeta, um ecossistema único e importantíssimo, além de cultura, gastronomia, história e muita diversidade”, disse.
Bioparque: belo atrativo
Acompanhado do diretor-presidente da Fundtur, Bruno Wendling, o presidente da Embratur conheceu a estrutura do monumental Bioparque Pantanal e se encantou. Durante visita que durou mais de uma hora, com minuciosa atenção a cada detalhe do equipamento e as centenas de espécies que habitam seus aquários, Freixo encontrou amigos de outros estados que atuam como guias de turismo e ficou muito impressionado com o que viu.
“É uma experiência extraordinária essa imersão durante a visita, do ponto de vista não só ambiental, mas pedagógico e científico”, comentou, não poupando os adjetivos para realçar o potencial do maior aquário de água doce do mundo para promover Campo Grande e o turismo. “Um belo atrativo, fantástico!”, disse, enquanto o guia turístico Carlos Iracy lhe informava que o espaço já recebeu 800 mil visitantes de mais de 120 países em dois anos.
Ainda na sexta-feira, Fleixo conheceu a casa onde o poeta Manoel de Barros viveu os últimos 30 anos e considerou a local encantador, embora pouco representativo. Porém, apontou a necessidade de “um projeto mais robusto” para fortalecer o ponto turístico e permitir uma imersão ao mundo do poeta. “Pela importância literária que tem Manoel de Barros acho que esse pode ser um grande polo turístico de Campo Grande”, disse.