Embrapa – 50 anos de avanços tecnológicos na agropecuária brasileira

Ao completar 50 anos de existência esse ano, a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária – Embrapa mostrou um balanço positivo da ampliação do número de projetos de inovação aberta e anunciou mais de 30 lançamentos de ações em parceria com o setor produtivo e a iniciativa privada, especialmente a assinatura de um acordo de cooperação com uma universidade americana e o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA).

“Celebrar o presente e o passado com os pés fincados no futuro” é o lema das comemorações do 50º aniversário da Embrapa no dia 26 de abril deste ano, e “Seu futuro inspira a nossa ciência” é o slogan da Empresa que tem elevado o patamar de tecnologias aplicadas ao setor agropecuário nas últimas cinco décadas, colocando o Brasil na vanguarda do setor pela garantia da sua segurança e soberania alimentar.

Cinco marcos tecnológicos marcaram os 50 anos
1973 a 1983- A tropicalização dos solos do Cerrado trouxe uma verdadeira revolução econômica para o bioma. O conhecimento científico aplicado promoveu a transformação dos solos inférteis do Cerrado em área agricultável e altamente produtiva. A continuidade dessa conquista, hoje, se reflete no Trigo Tropical. Apenas no Distrito Federal são 220 mil hectares plantados, com uma produtividade de 3,5 quilos por hectare e produção anual de 600 mil toneladas.

1983 a 1993 – O domínio da Fixação Biológica de Nitrogênio revolucionou a cultura da soja. Sua adoção resultou em economia de bilhões de dólares todos os anos para o Brasil ao dispensar a importação de fertilizantes nitrogenados.

1993 a 2003 – Implementação do Zoneamento Agrícola de Risco Climático, um marco para a década. A tecnologia permite identificar as janelas de plantio em que há menor chance de frustração de safra devido a eventos climáticos adversos. A ferramenta é crucial para o apoio à tomada de decisão para o planejamento e a execução de atividades agrícolas, para políticas públicas e, em especial, à seguridade agrícola.

2003 e 2013 – O destaque da ciência agropecuária é a Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF): Sistemas integrados de produção que otimizam o uso da terra e elevam a produtividade. Atualmente, a área com sistemas integrados de produção agropecuária no Brasil está estimada em cerca de 17,4 milhões de hectares. A previsão é de dobrar essa área, chegando a 35 milhões de hectares até 2030.

2013 a 2023 – Investimento forte no desenvolvimento de pesquisas com bioinsumos. Nos últimos anos, foram lançados importantes bioprodutos que contribuíram para a redução do uso de fertilizantes químicos nas lavouras e para o controle de pragas e doenças nas plantas, sem o uso de agrotóxicos. Em 2022, entre os produtos com tecnologia Embrapa embarcada que chegaram ao mercado, destacam-se dois inoculantes: o Omsugo ECO, primeiro inoculante solubilizador de fósforo do País para a cana-de-açúcar, e o Pastomax: inoculante multifuncional para pastagens com braquiárias que permite maior produção de biomassa da forragem, em média 22%, bem como incremento na qualidade de forragem.

Em audiência pública em alusão ao aniversário da Embrapa, na Comissão de Agricultura do No Senado Federal, por requerimento da senadora Soraya Thronicke (União Brasil-MS), o presidente da Empresa, Celso Luiz Moretti, disse que desde a década de 1990, a empresa trabalha com planejamento estratégico. O último plano, elaborado no ano passado com a participação de mais de trezentos pesquisadores, listou as megatendências do futuro: “Esse é um balizador, o documento ‘Visão de Futuro do Agro Brasileiro’, que traz as ‘megatendências’, sustentabilidade, adaptação à mudança do clima, o agro digital, a importância do uso da inteligência artificial, drones, sensores, internet das coisas, intensificação tecnológica e concentração da producão e eu destaco aqui nesse último a ‘biorevolução'”.

A senadora Teresa Cristina (PP-MS), ex-ministra da Agricultura, foi categórica ao afirmar que a Embrapa é “a jóia da coroa”: “Sempre falei que a Embrapa era a jóia da coroa e é mesmo. Todos os países do mundo têm respeito pela nossa Embrapa”.

Balanço Social
A Embrapa apresentou um lucro social de R$ 125,88 bilhões em 2022, gerados a partir do impacto econômico no setor agropecuário de 172 tecnologias e 110 cultivares desenvolvidas pelas pesquisas. Para cada R$ 1 aplicado na Empresa em 2022, foram devolvidos R$ 34,70 para a sociedade. Em 2021, para cada R$ 1 aplicado na instituição, foram devolvidos R$ 23,38.

História – Em 7 de dezembro de 1972, o então presidente da República, Emílio Garrastazu Médici, sancionou a Lei nº 5.851, que autorizava o Poder Executivo a instituir uma empresa pública, sob a denominação de Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), vinculada ao Ministério da Agricultura. O ato de instalação da Empresa aconteceu em 26 de abril de 1973. Na década de 70, a construção da infraestrutura da Embrapa foi acompanhada do investimento em recursos humanos. Em setembro de 1974, havia 273 pesquisadores em cursos de mestrado, sendo 20 no exterior. Dos 44 pesquisadores em doutorado, 19 estavam fora do País. Ao todo, apenas naquele ano, eram 317 pesquisadores adquirindo conhecimentos para estabelecer e ampliar as bases científicas da pesquisa brasileira. Além da construção da infraestrutura inicial da Embrapa e da seleção e preparo de seu quadro de pessoal, os anos 70 foram marcados pela ampliação do conhecimento sobre os solos do Brasil, o que viabilizou o nascimento de uma agropecuária tropical que, anos mais tarde, se tornaria a mais importante do mundo.

Fonte/Foto: Embrapa/Agência Senado

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