Eleições na Argentina – Sérgio Massa ou Javier Milei? Na reta final do pleito, o que a política reserva para “nuestros hermanos”?

Faltando duas semanas para o segundo turno das eleições presidenciais da Argentina, em 19 de novembro, o candidato Javier Milei, do A Liberdade Avança, lidera com 52% dos votos válidos, enquanto o atual ministro da Economia, o peronista Sergio Massa, aparece com 48%, segundo a primeira pesquisa da Atlas Intel após os resultados do primeiro turno. Quando considerados os votos totais, Milei tem 48,5% e Massa tem 44,7%. A margem de erro da pesquisa é de 1,7 pontos percentuais.

O instituto, que foi o único a prever a vitória parcial de Massa no primeiro turno, ouviu 3.218 eleitores em questionário on-line, entre os dias 1º e 3 de novembro. A pesquisa também apontou que 2,5% dos eleitores ainda não sabem em quem votar; que 2,9% indicaram voto em branco e que 1,4% vão anular. Segundo a pesquisa, Milei é visto como o mais qualificado para abordar desafios como o combate à violência, a redução da corrupção, o estímulo ao crescimento econômico, a criação de empregos, o controle da inflação e a diminuição da pobreza. No entanto, o candidato fica para trás quando o assunto é a defesa das instituições democráticas e a defesa aos direitos humanos. O levantamento também indica que Milei conta com maior apoio entre os eleitores do sexo masculino, com 53% de preferência, em comparação com 45% entre as eleitoras do sexo feminino. Massa, por sua vez, tem mais força entre as mulheres, com 47% do total — contra 42% entre os eleitores do sexo masculino. Além disso, os jovens com idades entre 16 e 24 anos demonstram um forte apoio a Milei, com 61% dos votos. Já Massa é amplamente apoiado entre pessoas na faixa etária dos 35 a 44 anos, com 55% das intenções de voto.

Quando se avaliam as propostas dos candidatos, as ideias controversas de Milei encontram resistência na população, como a dolarização da economia, rejeitada por 49% dos argentinos. Outras ideias, como a venda de órgãos para transplante e a liberação da compra de armas, também não são bem recebidas pela maioria (78%) dos eleitores.

Por outro lado, Massa enfrenta uma situação desfavorável, com altas taxas de percepção negativa em relação ao aumento da criminalidade, corrupção e à situação econômica do país. Além disso, quase metade do eleitorado (49%) atribui ao ministro a responsabilidade pela escassez de combustível e pelo aumento de preços, em meio à crise de combustíveis que afeta a Argentina.

No primeiro turno das presidenciais, em 22 de outubro, Massa obteve 37% dos votos, seguido de Milei, com 30%.

O PT do presidente Lula divulgou uma nota de apoio a Massa, na qual chama Milei de defensor do “ultraneoliberalismo econômico do salve-se quem puder” e o compara a Bolsonaro: “Dois projetos de sociedade se enfrentam: um, representado pela candidatura presidencial de Sergio Massa, de perfil democrático e popular, com um programa de governo de desenvolvimento e justiça social; e outro, do candidato Javier Milei, representando a extrema-direita e o ultraneoliberalismo econômico do salve-se quem puder”, também escreveu o Partido dos Trabalhadores.

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