As eleições legislativas realizadas no domingo (10/3) marcaram uma guinada à direita de Portugal, com a vitória da Aliança Democrática (AD), coalizão entre o Partido Social Democrata (PSD) e o Centro Democrático Social (CDS). No entanto, a vitória da AD ficou muito abaixo das expectativas e isso complica as contas para a formação do governo de Portugal. A maioria folgada só poderá acontecer se a Aliança fechar acordo com o Chega, partido da direita radical, que conseguiu mais de um milhão de votos e 48 deputados no Parlamento.
A centro-direita, liderada por Luís Montenegro, conseguiu eleger 79 deputados, mais dois do que o Partido Socialista, que apenas conquistou 77 mandatos parlamentares. Mas, o cenário deixado pelas urnas é complicado e os próximos meses serão essenciais para saber se há espaço para a criação de um governo estável, ou se o país terá de realizar novas eleições antecipadas. A maioria folgada só poderá acontecer se a Aliança fechar acordo com o Chega, partido da direita radical, que conseguiu mais de um milhão de votos e 48 deputados no Parlamento. Em discurso, André Ventura, líder do Chega, disse: “Seremos totalmente irresponsáveis se não concretizarmos um governo. Temos uma maioria para construir, um orçamento para aprovar e isso só pode ser feito com o apoio do Chega”. Luís Montenegro voltou a prometer que o Chega não entra no governo: “Eu assumi um compromisso e vou mantê-lo”. Tal declaração é controversa diante da configuração parlamentar que leve a um governo de direita.
A Iniciativa Liberal igualou o resultado das últimas legislativas, e elegeu 8 deputados. O Bloco de Esquerda manteve o mesmo número de deputados (5) seguido do Livre, que pela primeira vez conseguiu eleger um grupo parlamentar, com 5 deputados. a CDU perdeu 2 deputados, ficando a bancada reduzida a 4 deputados. O PAN conseguiu apenas a reeleição de Inês Sousa Real.