O fenômeno chamado decoada – mortandade de peixes causada por falta de oxigênio na água, está sendo registrado este ano em áreas mais próximas da principal cidade da região do Pantanal, Corumbá (MS). Na última semana de abril, houve registros em Porto da Manga, onde há influência das águas do rio Paraguai e do rio Miranda.
O biólogo Sérgio Barreto, explica que esse é um fenômeno natural, e “que ocorre quando as águas dos rios do Pantanal extravasam para as áreas da planície, que secaram durante a estação seca, e agora, na estação chuvosa, estão com muita vegetação e matéria orgânica diminuindo o nível de oxigênio na água, por conta da decomposição dessa vegetação durante esse período de cheia dos rios e alagamento da planície.”
Wilson Malheiros, gestor de manutenção na Rede de Proteção e Conservação da Serra do Amolar (Rede Amolar) pelo IHP, identifica que o fenômeno no Alto Pantanal passou a ser notado por comunidades ribeirinhas em meados de abril de 2023. Quando a cheia está maior no bioma, há registros de decoada a partir de março. A retomada de peixes onde ocorre o fenômeno costuma demorar o período de até 30 dias após os primeiros registros. “Aqui na região da Barra do São Lourenço, Amolar, no Alto Pantanal, a decoada não foi percebida com intensidade, como já ocorreu em anos anteriores”, detalha o pesquisador que mora na Serra do Amolar.
O Comando da Polícia Militar Ambiental de Mato Grosso do Sul alerta que o peixe que esteja morrendo pelo fenômeno da decoada não pode ser capturado. Além disso, não se pode utilizar petrechos de pesca ou capturar pescado fora das medidas permitidas; bem como respeitar as cotas de captura para a pesca profissional e amadora. A multa varia de de R$ 700,00 a R$ 100 mil, mais R$ 10,00 por kg de pescado, bem como apreensão de barco, motor, veículo, e tudo que for utilizado no crime.
Fonte: Instituto Homem Pantaneiro – IHP
Foto: Polícia Milita Ambiental/MS