Pesquisadores brasileiros e franceses poderão participar de trabalhos conjuntos em novas áreas específicas. Um memorando de entendimento, assinado no dia 15 de maio, pela presidente da Embrapa, Sílvia Massruhá, e pelo presidente do Instituto Nacional de Pesquisa para Agricultura, Alimentação e Ambiente, da França (Inrae), Philipe Mouguin, disposições de interesse para trabalhos conjuntos de cooperação científica.
O documento ressalta interesse especial em trabalhos com bioinsumos, agricultura de baixo carbono, agricultura digital, gestão hídrica agrícola e gestão sustentável de florestas tropicais e paisagens mistas. “A França tem um forte histórico de parceria com a Embrapa e o Inrae é um parceiro valioso. Temos muitos temas de interesse em comum, o que demonstra a profundidade entre as duas instituições”, declarou Massruhá.
O presidente do Inrae também relembrou o histórico do trabalho conjunto. “A Embrapa é um parceiro histórico da Inra, agora chamado Inrae, sendo este o primeiro acordo assinado sob a nova nomenclatura. A Embrapa tem um papel chave na pesquisa do Brasil e da América Latina e precisamos de mais trabalhos de pesquisa conjunta com vocês”, ressaltou Mauguin.
O memorando cita novas áreas de cooperação: a) recursos naturais e mudanças climáticas: adaptação e resiliência de sistemas de produção; b) novas ciências: biotecnologia, microbiomas, nanotecnologia e geotecnologia; c) biomassa e química verde; d) bioeconomia e bioprodutos; e) tecnologia agroindustrial; f) automação, agricultura de precisão e digital, inteligência artificial, tecnologia da informação e comunicação; g) sistemas de produção animal e vegetal; h) segurança alimentar, nutrição e saúde ei) mercados, políticas e desenvolvimento rural. Os temas podem ser ampliados de acordo com o interesse de ambas as partes.
A partir da assinatura, pesquisadores das duas instituições podem estabelecer projetos de cooperação técnica (PCT) ou científica (PCC), nas áreas específicas, facilitando a atuação conjunta. Com duração prevista de dez anos, renovável por igual período, o memorando facilita o relacionamento entre a Embrapa e o Inrae ao estabelecer diretrizes e dar oficialização jurídica.
Também participaram da conferência de assinatura o vice-presidente do Inrae, Jean-François Soussana, e o coordenador do Labex Europa, Vinícius Guimarães. O responsável pelo Labex Europa explica que o Inrae é uma instituição homóloga da Embrapa na França. Guimarães acredita que a formalização dessa parceria criará novas oportunidades de cooperação entre as instituições.
Embrapa adere ao consórcio mundial Carbono do Solo
Ainda em maio, a Embrapa assinou uma carta de interesse de participação no Consórcio de Pesquisa Internacional Soil Carbon, iniciativa no âmbito do programa Horizonte Europa, da União Europeia, que busca apoiar pesquisas externas para aumentar o estoque de carbono no solo. A iniciativa está aprovada ao Acordo de Paris e aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Organização das Nações Unidas (ONU). Ao aderir ao Soil Carbon, uma instituição que concorda em utilizar bases de dados abertas, disponibilizar acesso a resultados relevantes obtidos no âmbito da iniciativa e promover condições de trabalhos interdisciplinares de pesquisa e inovação. “Participar de um consórcio como esse é uma ação estratégica da Embrapa. Isso permite que o Brasil atue nos mais renomados grupos de pesquisa sobre o tema e tenha voz nas discussões internacionais a respeito”, ressaltou Vinícius Pereira Guimarães, coordenador da Embrapa Labex Europa, escritório da Embrapa em território europeu.
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