Agricultura familiar de MS se prepara para mercado de crédito de carbono

A agricultura familiar de Mato Grosso do Sul, em breve, estará inserida na produção agrícola sustentável e certificada para geração e comercialização de crédito de carbono. As tratativas para que o Governo do Estado formalize um acordo de cooperação desse projeto avançaram na terça-feira (11) após reunião por videoconferência entre o secretário Jaime Verruck, da Secretária de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação, o representante da Associação de Produtores Orgânicos de Mato Grosso do Sul, Olácio Kamori; e da Fundação Rabobank, do Banco Rabobank e a Acorn, que são parceiros do projeto; além do secretário-executivo de Agricultura Familiar, de Povos Originários e Comunidades Tradicionais, Humberto de Mello Pereira e do coordenador de apoio à inclusão sanitária, agroindústria e certificação da produção familiar, David Lourenço.

A Fundação Rabobank é sediada na Holanda e atua em nível mundial impulsionando o mercado voluntário de Carbono de alta integridade. Na parceria, a Fundação participa com os tramites necessários de mensuração, certificação e aquisição dos créditos de carbono fixados. “Nós tivemos mais uma reunião, avançamos no projeto e agora nós já estamos prontos para fazer um acordo de cooperação envolvendo os produtores orgânicos de MS, Fundação Rabobank e a Semadesc, para que efetivamente a gente comece a desenvolver essas atividades em direção à geração de créditos de carbono através de sistemas agroflorestais”, comentou Jaime Verruck.

A meta para os próximos cinco anos “é incluir 800 produtores, com 2,5 hectares por produtor, que daria um total de 2 mil hectares, dentro da abrangência da Associação dos Produtores Orgânicos, que está coordenando e fazendo o levantamento desses produtores.  A ideia é a estabelecer uma linha de assistência técnica para definir qual o sistema agroflorestal mais adequado para cada produtor em termos de renda e, depois, qual é a capacidade do sistema agroflorestal de avançar e de gerar crédito carbono”.

No âmbito do Programa de Fortalecimento da Agricultura Familiar, o Pronaf Floresta, oferece financiamento e assistência técnica para agricultores familiares implementarem sistemas agroflorestais. “Nós vamos entrar com todo o sistema de assistência técnica e acompanhamento, por meio do Pronaf. O Rabobank também entra também com recurso, a fundo perdido e entra, ainda, com todo o processo de certificação e comercialização do crédito carbono”, lembra o secretário.

“O objetivo do programa é que 80% da renda do crédito vá efetivamente ao produtor rural. Isso é importante como uma renda adicional, mas nós queremos focar também na assistência técnica e na remuneração que ele vai ter nesse sistema agroflorestal. O desafio de curto prazo é estruturarmos a assistência técnica e identificar nesses produtores quais são os sistemas agroflorestais mais adequados para a renda do produtor e também para a geração de crédito carbono”, diz Verruck.

O próprio Ministério do Desenvolvimento Agrário já tem conhecimento do projeto pioneiro sul-mato-grossense e vai fazer uma avaliação. “Há possibilidade de criarem uma plataforma nacional para futuramente a gente ter outras iniciativas em âmbito nacional na mesma linha desse projeto piloto do Mato Grosso do Sul”, finaliza o secretário.

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