O presidente do Irã, Ebrahim Raisi, morreu em um acidente de helicóptero no domingo (19). Considerado um clérigo linha-dura muito próximo do líder supremo do Irã, o aiatolá Ali Khamenei, raisi foi eleito em 2021 e consolidou o controle dos conservadores sobre todas as partes da República Islâmica.
Ex-chefe do Judiciário do Irã, o político de 63 anos sucedeu Hassan Rouhani após uma vitória esmagadora em uma votação que viu muitos candidatos moderados e reformistas serem barrados e a maioria dos eleitores sem conseguir votar. Ele assumiu o poder em um momento em que o Irã enfrentava múltiplos desafios — incluindo sérios problemas econômicos, escalada de tensões regionais e negociações paralisadas sobre um acordo nuclear com potências mundiais.
A morte do presidente Ebrahim Raisi é um duro golpe para o regime do Irã e acontece no momento mais tenso das últimas décadas no país e no Oriente Médio. Com um perfil muito semelhante a Ali Khamenei, era considerado o favorito para suceder o líder no posto mais importante do país. Sua morte terá implicações tanto na política interna como nos diversos conflitos no Oriente Médio. Apesar de as grandes decisões serem tomadas diretamente por Khamenei, o presidente também tem influência e ajuda a determinar os rumos do país. Do ponto de vista interno, o governo tem uma obrigação constitucional de realizar eleições em até 50 dias para substituir Raisi.
Alguns lideres mundiais expressaram condolências pelo falecimento de Raisi, como Mohammed bin Salman, príncipe herdeiro da Arábia Saudita; Matthew Miller, porta-voz do Departamento de Estado dos EUA; Nicolás Maduro, presidente da Venezuela; Xi Jinping, presidente da China; Narendra Modi, primeiro-ministro da Índia; Najib Mikati, primeiro-ministro do Líbano; e o presidente brasileiro, Luis Inácio Lula da Silva.
