Beber muito, pouco, ou banir o tradicional café do nosso dia a dia? Café faz bem ou faz mal? Quantas xícaras é possível tomar sem ter complicações à saúde?
É cada vez mais comum a cafeína, e não exatamente o café (água quente e pó) ser usada como suplemento para estimular atividades físicas.
O caso do Personal Trainer que morreu após fazer uso, como pré-treino, de cafeína em pó, numa dose equivalente a 200 cafés expresso, acendeu um alerta entre pesquisadores, médicos cardiologistas e nutricionistas.
Sabe-se que o tradicional cafezinho é associado a efeitos benéficos para a saúde, mas o excesso de ingestão é prejudicial. Abusar do café pode causar arritmia, agitação, irritabilidade, nervosismo e insônia. Em gestantes, o consumo acima da quantidade segura pode causar atraso na formação cerebral do feto. O limite recomendado por especialistas é de 1 a 3 xícaras por dia.
“Estudos demonstraram que o café é capaz de proteger a saúde do coração e prevenir doenças degenerativas, como Alzheimer e Parkinson. É rico em antioxidantes, minerais, vitaminas e flavonóides, mesma substância encontrada no vinho. Enquanto antioxidantes são substâncias químicas que ajudam a proteger nossas células de substâncias prejudiciais produzidas durante o metabolismo, os flavonóides ajudam na circulação sanguínea. Além dessas substâncias, a ingestão de café ajuda nosso cérebro a liberar os seguintes estimulantes naturais: Dopamina: popularmente conhecida como “hormônio da felicidade”, está relacionada com a motivação. Adrenalina: hormônio relacionado com a euforia e a disposição, explica a médica Cíntia Cercato, endocrinologista do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP.
Por outra lado, um estudo na revista Clinical Nutrition – USP concluiu que o consumo acima de 3 xícaras (720 ml) de café pode causar pressão alta em pessoas predispostas a desenvolver hipertensão. A dose vai variar conforme a constituição da pessoa.
Quantidade segura
Um estudo conduzido pela University of South Australia avaliou mais de 17 mil pessoas e apontou que os que tomaram mais de 6 xícaras de café por dia tiveram um aumento de 53% no risco de demência ou derrame.
A endocrinologista Cercato afirma que não há problema tomar café todos os dias, mas alerta, citando a European Food Safe Authority, que a dose diária de cafeína depende de cada pessoa:
. Adulto saudável com cerca de 70 kg: de 300 a 400 miligramas de cafeína (o equivalente a 4 xícaras de café coado)
. Crianças (a partir de 2 anos) e adolescentes: 100 miligramas de cafeína (cerca de 1 xícara coado)
. Gestantes e lactantes: 200 miligramas de cafeína (cerca de 2 xícaras coado)
. Sensíveis à cafeína: de 100 a 200 miligramas de cafeína
O café expresso tem o triplo de cafeína que o coado. Para calcular quantas xícaras tomar, deve-se considerar que:
. 125 ml (meia xícara) de café coado tem 85 mg de cafeína
. Apenas 30 ml de café expresso tem 60 mg de cafeína
Vale lembrar que a cafeína está presente no cacau, no guaraná e em alguns chás. Por isso, não deve ser contabilizada somente a cafeína do café, mas de tudo o que consumimos no dia (por exemplo: chocolate, achocolatado, refrigerante à base de guaraná ou cola, chá etc). Devem consumir café com moderação as grávidas sensíveis à cafeína, as crianças e adolescentes, os cardiopatas e os que fazem uso de suplementos de academia ricos em cafeína. Para os que alegam vício, não há estudos científicos que comprovem que café pode viciar seus contumazes consumidores.
Como adoçar – A nutricionista e doutora em Nutrição Humana pela Universidade de Brasília, Alessandra Gaspar Sousa, explica que o ideal é tomar o café puro, mas se quiser adoçar, deve-se substituir o açúcar branco por Melado de cana; Açúcar demerara; Açúcar de coco ou mascavo; Adoçantes à base de stévia.