Nova política industrial do Brasil segue lógica já implantada em MS, observa secretário

O conjunto de programas, projetos e ações anunciados na segunda-feira (22) pelo presidente Lula para impulsionar o desenvolvimento do setor industrial, batizado de Nova Indústria Brasil, está muito alinhado com as diretrizes já adotadas em Mato Grosso do Sul e que apresentam resultados positivos tanto para o setor quanto ao conjunto da economia. A análise é do secretário de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação (Semadesc), Jaime Verruck.

“Eu acredito que o Mato Grosso do Sul está muito alinhado com a proposta nacional e, talvez, seja um Estado pronto para crescer dentro dessa nova política industrial e se desenvolver ainda mais rapidamente. Acho que a política federal da neoindustrialização traz uma força, um vetor para desenvolver o Estado de Mato Grosso do Sul dentro de um processo inclusivo, digital, próspero e verde, que já é a diretriz adotada pelo governador Eduardo Riedel e, agora, estende-se em nível nacional”, ponderou Verruck.

O Plano Nova Indústria Brasil traz importantes missões para o setor alcançar até 2033, como o aumentar para 50% de participação da agroindústria no PIB agropecuário, mecanizar 70% das atividades na Agricultura Familiar com máquinas produzidas no Brasil (pelo menos 95%). Na área urbana, a meta é digitalizar 90% das indústrias e diminuir 20% o tempo de deslocamento de casa ao trabalho; na Saúde, produzir 70% dos medicamentos, vacinas, equipamentos, materiais e insumos. O Governo acena com aporte de R$ 300 bilhões em incentivos, linhas de crédito e subvenções para custear as medidas necessárias.

O ponto que mais aproxima o plano nacional do estadual é na sustentabilidade. A meta do Governo Federal é cortar em 30% as emissões de gás carbônico por valor adicionado do PIB da Indústria, elevar a participação dos biocombustíveis na matriz energética de transportes e aumentar o uso tecnológico e sustentável da biodiversidade pela indústria em 1% ao ano.

“Mato Grosso do Sul já está nesse processo de descarbonização da economia e traz outros elementos importantes. Temos uma política de inovação relevante e vamos lançar nos próximos dias uma política estadual de ciência, tecnologia e inovação, levando isso para um projeto de lei”, revelou o secretário.  A meta de Mato Grosso do Sul é se tornar Estado Carbono Neutro até 2030.

Com relação ao incremento da participação da agroindústria no PIB agropecuário, Verruck lembra que Mato Grosso do Sul já trabalha nesse sentido e pode ser ainda mais beneficiado com a política federal porque já tem os alicerces do programa.

“Em 2023 nós exportamos mais produtos agroindustriais do que produtos primários, essa é uma primeira lógica importante. Mas o plano federal traz outra questão que é a inovação, a necessidade de modernização da indústria brasileira, aumentar o conteúdo tecnológico. Para isso nós precisamos de financiamento, precisamos de pesquisa e inovação. Isso é fundamental para dar produtividade e competitividade. Então, tudo aquilo que nós vimos aqui no Mato Grosso do Sul, que nós discutimos nos últimos anos, fortemente, que é a agregação de valor, transformar o produto agroindustrial, ele se insere agora na política nacional como uma nova política industrial.”

O secretário considerou fundamental o anúncio dos recursos de R$ 300 bilhões para concretizar o plano, refutando questionamentos a respeito. “Vai ter que ser um financiamento subsidiado. Com isso estamos retornando à discussão de incentivos à indústria brasileira, como é na agricultura. Fazer um financiamento subsidiado e encarar isso é necessário. Para a retomada da indústria brasileira nós precisaremos de recursos subsidiados e, obviamente, o conjunto da sociedade vai ter que pagar esse subsídio para o desenvolvimento industrial, para a geração de valor, para a questão da geração de emprego”, afirmou.

Quanto à mecanização da agricultura familiar, Verruck considerou importante para aumentar a produtividade, levar desenvolvimento social e melhoria das condições de vida com aumento de renda aos pequenos produtores. “O objetivo é incentivar essa indústria de produção de máquinas e equipamentos para a agricultura familiar e, consequentemente, a agricultura familiar também poder se desenvolver, gerar um aumento de renda e também melhorar a produtividade no campo, não só do agronegócio, que é altamente competitivo, mas também na estrutura da agricultura familiar”, salientou.

O Governo do Estado tem feito investimento robusto para o desenvolvimento da Agricultura Familiar. No ano passado foram entregues maquinários e implementos agrícolas para comunidades de 18 municípios, totalizando R$ 5 milhões, e outros R$ 35 milhões em recursos já estavam assegurados para investir em equipamentos e ações fomento à produção, recursos oriundos de emendas parlamentares.

Finalizando a análise do Plano Nova Indústria Brasil, o secretário Jaime Verruck indaga como Mato Grosso do Sul pode aproveitar o programa e atrair ainda mais desenvolvimento econômico, prosseguindo no crescimento dos últimos anos.

“A política que desenvolve a neoindustrialização está muito alinhada à estratégia já definida pelo governador Eduardo Riedel para Mato Grosso do Sul quando traz a ideia da inclusão, do desenvolvimento, da prosperidade, da economia verde. Ficou muito forte o conceito da transição energética, da economia verde, trazer alternativas aos combustíveis fósseis. Eu acredito que o Mato Grosso do Sul pode ser um Estado muito beneficiado pela nova política de industrialização porque ela traz exatamente os mesmos elementos que já estamos implantando.”

(Ascom Semadesc)

Compartilhe essa notícia

Facebook
Twitter
WhatsApp

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *