Ao se aproximar o momento do retorno da Expedição da RILA – Rota de Integração Latino Americana, e quando surgem as primeiras avaliações sobre os resultados da viagem, não há como contestar que os objetivos principais propostos foram e estão sendo atingidos. Quem participa do evento sabe que um dos gargalos, já esperados inclusive, é o que diz respeito aos trâmites das aduanas, a começar pela fronteira de Mato Grosso do Sul com o Paraguai, onde o caminhão que transportava, a carne sul-mato-grossense acabou barrado por problemas burocráticos ligados ao trânsito de mercadorias em fronteiras internacionais.
Antes de ser dado o start da viagem, já havia a previsão de que as aduanas, nas fronteiras dos países, e as regras de trânsito de mercadorias, teriam que ser afinadas, bem definidas e esclarecidas. Inclusive se comentou que as aduanas seriam os pontos principais para o atraso na viagem. O que se confirmou. Ninguém esperava, no entanto, dificuldades tão grandes para os veículos no trajeto. Houve problemas na parte final da rodovia paraguaia, antes da chegada a fronteira com a Argentina, inclusive com atoleiros e trechos inundados, o que obrigou inclusive a desvios, que atrasaram bastante a viagem.
O deputado federal por MS, Beto Pereira, já havia dado um depoimento, quando do enfrentamento dos problemas na rodovia paraguaia, que aquele, juntamente com as definições referentes as aduanas, eram os principais problemas a serem atacados primeiramente. Citando, inclusive, o problema do caminhão frigorífico da JBS que era para ter feito toda a viagem junto com o grupo, e que acabou ficando detido logo no início da viagem, na fronteira de MS com o Paraguai. O veículo, depois de dois dias detido, acabou retornando para Campo Grande.
Mas essa expedição da RILA foi programada justamente para que esses e outros problemas fossem constatados, e debatidos entre as autoridades e os participantes. Por isso mesmo, foi realizada uma grande reunião onde tudo foi relatado, e discutido. As autoridades chilenas, inclusive, solicitaram que os brasileiros façam um relatório detalhado, apontando todas as dificuldades, apresentando sugestões para que os problemas possam ser gradualmente solucionados, envolvendo todos os países.
Parque industrial e logístico no Chile
A equipe da Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação, que representou o Governo do Estado de Mato Grosso do Sul na III Expedição da RILA – Rota de Integração Latino-Americana participou na manhã de terça-feira (28) de solenidade de lançamento das obras de um parque industrial e logístico em Pozo Almonte, no Chile. O empreendimento é um dos investimentos a serem realizados na região para recepção de produtos que serão transportados pela Rota Bioceânica. O evento foi realizado a cerca de 50 quilômetros de Iquique.
“Nós tivemos vários discursos aqui, inclusive do Ministro da Economia chileno, mostrando a necessidade da integração. Mostrando que esse projeto da Rota Bioceânica tem de ser um projeto suprapartidário, supragovernamental. Realmente, tem que ter um grande acordo para que a gente possa avançar rapidamente. O ministro, inclusive, nos cobrou que a gente faça um relatório mostrando todas as deficiências que nós identificamos no trajeto e repasse para todos os países, a fim de que eles possam tomar decisões e possam avaliar o seu avanço”, comentou o secretário Jaime Verruck, que representou o Governo de Mato Grosso do Sul na Expedição.
Participaram do evento o vice-governador de Mato Grosso do Sul, José Carlos Barbosa, o Barbosinha; o encarregado da Unidade Regional de Assuntos Internacionais do Governo Regional de Antofagasta, Chile, Mauricio Zamorano; o coordenador geral e Relações Internacionais da Província de Salta, Argentina, Federico Rios; o Secretário de Integração Regional e Relações Internacionais da Província de Jujuy, Argentina, Pablo Palomares; o Governador do Departamento de Boquerón, Paraguai, Harold Bergen; o Governador do Departamento de Alto Paraguai, Arturo Méndez e o ministro João Parkinson de Carlos.
Nesta quarta-feira (29), a equipe da Semadesc e demais integrantes da Expedição participaram do 4º Foro de Los Territorios Subnacionales del corredor Bioceânico de Capricórnio e se encontraram com empresários chineses, bolivianos, argentinos, paraguaios e chilenos. “Tivemos explanação sobre uma série de câmaras técnicas para discutir o futuro da Rota Bioceânica aqui em Tarapacá, no município de Iquique”, finalizou Jaime Verruck.
A Expedição é organizada pelo Sindicato das Empresas de Transporte de Cargas e Logística de MS, com o apoio do Governo do Estado. Ao todo, 110 pessoas participam da Expedição, dentre autoridades, empresários e imprensa, distribuídos em 38 caminhonetes.
