Um alerta amarelo de risco de erupção do vulcão Cumbre Vieja reacendeu a discussão de possibilidade de formação de tsunamis que poderiam atingir a costa brasileira, embora alguns especialistas digam que é a pouca a possibilidade disso ocorrer.
Localizado na Espanha, precisamente na ilha de La Palma – Ilhas Canárias, próximo à costa do continente africano, o vulcão de Teneguia, adormecido há décadas, deu sinais de atividades sísmicas. O Instituto Geográfico Nacional da Espanha detectou 4.222 tremores no parque nacional Cumbre Vieja, em volta do vulcão, no sul da ilha. O alerta emitido pelo governo espanhol não indica a certeza de abalos, mas manterá atenção constante nas próximas semanas.
Segundo o professor pesquisador Saulo Vital, do Departamento de Geociências da Universidade Federal da Paraíba (UFPB) e Coordenador do Núcleo de Estudos e Ações em Urgências e Desastres (NEUD), não existem estudos aprofundados com simulações numéricas sobre os impactos para a costa brasileira, então seria difícil especificar com clareza quais estados seriam afetados por um possível tsunami. Porém, devido ao formato da costa brasileira, a região do Nordeste se torna a região mais vulnerável, principalmente o litoral setentrional, formado por Ceará, Rio Grande do Norte e nordeste do Maranhão.
O que poderia causar uma tsunami seria uma erupção explosiva, ou seja, o desmoronamento de parte do vulcão. Isso porque os sismos que costumam ocorrer na área do Cumbre Vieja são moderados, e o que pode gerar tsunamis são abalos sísmicos de alta intensidade. Caso haja uma erupção capaz de desestabilizar a estrutura rochosa do vulcão, causando um desmoronamento, essa queda iria gerar um movimento de massas d’água. Esse movimento criaria altas ondas, que atingiriam toda a costa do Atlântico.
O coordenador do Laboratório Sismológico da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Aderson Nascimento, disse que nenhum alerta foi feito pelo governo brasileiro ao órgão.