Sustentabilidade da cana-de-açúcar é avaliada por software da Embrapa

Projeto de pesquisa desenvolvido pela Embrapa Meio Ambiente desde 2012 culminou na versão 1.0 de um software para avaliação da sustentabilidade dos sistemas de produção de cana-de-açúcar do Centro-Sul do Brasil. A ferramenta consiste em um sistema de suporte à decisão, que tem por objetivo avaliar e apontar os pontos que carecem de melhorias para que o sistema produtivo da cultura tenha eficiência tecnológica com redução de custo e aumento da sustentabilidade.

Constituído de indicadores organizados nas dimensões social, ambiental e econômica, apresenta-se como uma ferramenta para suprir a necessidade de adequação das atividades agrícolas ou agroindustriais para que todo o sistema de produção tenha melhor desempenho, de modo a diminuir os impactos negativos no meio ambiente e do ponto de vista socioeconômico.

Segundo a pesquisadora da Embrapa e coordenadora do projeto SustenAgro, Katia Regina Evaristo de Jesus, “a avaliação da sustentabilidade dos sistemas agrícolas pode ser uma aliada ao processo de decisão. Desse modo, a abordagem escolhida para o Software SustenAgro foi o formato de um rapid appraisal, ou seja, uma ferramenta que permite elencar os pontos fortes e fracos do sistema de produção avaliado e, com isso, evidenciar a necessidade de implementação de medidas para aumentar a sustentabilidade no campo e na usina”, explica ela.

Para a equipe e parceiros, envolvidos no desenvolvimento do software, a sustentabilidade é determinada por um conjunto de fatores (econômicos, sociais, ambientais, entre outros) que devem ser contemplados na formulação e avaliação dos sistemas de produção de cana de açúcar em questão. “O desafio para o desenvolvimento do sistema foi formular indicadores capazes de caracterizar e subsidiar o processo de desenvolvimento sustentável de modo a expressar a diversidade característica da agricultura brasileira, por isso foram empregadas metodologias consagradas de validação desses indicadores e do método desenvolvido com os especialistas e setor produtivo”, enfatiza a pesquisadora.

O software, que já está disponível gratuitamente, pode ser empregado diretamente por produtores e fornecedores de cana-de-açúcar (fazenda) e usinas de açúcar e etanol – de organização tradicional ou greenfieldsClique aqui para acessar a página da Embrapa.

De acordo com os formuladores, pode ser usado em empreendimentos de produção rural; empreendimentos ou produtores rurais de base empresarial; empresas de assistência técnica oficial e privada; instituições de pesquisa (incluindo Embrapa), universidades e outras instituições de ensino; instituições e empresas de planejamento, transferência de tecnologia, extensão e assistência técnica.

Planejamento da pesquisa

Desde 2012 quando o projeto SustenAgro se iniciou, foram desenvolvidas três ferramentas: banco de dados; modelo conceitual da sustentabilidade da agricultura e a metodologia de avaliação da sustentabilidade agrícola que foram integradas no atual Software SustenAgro. Os resultados do projeto contribuíram desde então com os tomadores de decisão, orientando-os com informações, que permitiram embasar as políticas públicas do setor agrícola.

Conforme Katia de Jesus, a formulação de indicadores nas três dimensões (ambiental, social e econômica) foi elaborada a partir de dados secundários (literatura especializada, banco de dados consagrados, dentre outros) e também por consulta aos especialistas das áreas correlatas da Sustentabilidade e do setor produtivo, por meio de rodadas de consulta remota e rodadas presenciais, reuniões técnicas, workshops e painéis de especialistas. “Desse modo, a partir destas consultas (remotas ou presenciais) a equipe contou com informações, dados e ferramentas geradas pelo projeto de pesquisa e que foram validados pelos especialistas e atores atuantes nas diversas esferas do setor”, salienta.

A equipe do projeto contou com a participação da Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios (Apta – UPD Tietê); Laboratório Nacional de Biorrenováveis (LNBR); Faculdade de Engenharia Agrícola (Feagri/Unicamp); Faculdade de Engenharia Mecânica (FEM/Unicamp); Faculdade de Ciências Aplicadas (FCA/Unicamp); Instituto de Economia Agrícola (IEA/USP); Instituto de Computação/Universidade Federal de São Carlos (UFSCar); Universidade de São Paulo/CeMEAI – ICMC (USP); além das Unidades da Embrapa: Agricultura Digital (Campinas, SP); Clima Temperado (Pelotas, RS); Soja (Londrina, PR); Tabuleiros Costeiros (Aracaju, SE) e Trigo (Passo Fundo, RS).

A elaboração do software contou com a colaboração do Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação (ICMC) da Universidade de São Paulo (USP) em São Carlos.

Assessoria de Comunicação da Embrapa Meio Ambiente

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