Dois anos de domínio do Talibã no Afeganistão – Retrocesso em direitos humanos e grave crise humanitária

O grupo fundamentalista Talibã completa 2 anos no poder do Afeganistão, após assumir o controle da região depois de um golpe em 2021. O país enfrenta um retrocesso e aumento da restrições sociais, basicamente contra mulheres. As afegãs vinham lutando há anos por uma maior igualdade de direitos, mas a situação agravou-se significativamente com a ascensão ao poder do Talibã. De acordo com a OMS, a proporção das vítimas de suicídios no Afeganistão está em 80% entre mulheres.

Desde que o Talibã ocupou a capital Cabul, e se instalou no palácio presidencial, os afegãos enfrentam o agravamento das ameaças aos direitos humanos na região, além de uma severa crise humanitária. A retomada do controle político pelo grupo conservador no Afeganistão só foi possível depois da retirada dos militares norte-americanos do país e da fuga do ex-presidente Ashraf Ghani para os Emirados Árabes Unidos.

Refugiados no Brasil
De acordo com dados recentes da Agência da ONU para Refugiados – ACNUR, foram emitidos pelo governo brasileiro mais de 9 mil vistos humanitários para as pessoas afegãs nos países fronteiriços, das quais 6.194 adentraram ao Brasil entre janeiro de 2022 e abril de 2023. Desde dezembro de 2020, o Brasil reconhece a situação de grave e generalizada violação dos direitos humanos no Afeganistão, possibilitando que essa população tenha procedimento facilitado de reconhecimento da condição de refugiado, uma garantia protetiva necessária para assegurar seus direitos e bem-estar.

Atualmente, mais 100 afegãos estão acampados no aeroporto de Guarulhos, em São Paulo, à espera de abrigo. Eles chegaram ao Brasil ao longo da última semana como refugiados com visto de acolhida humanitária. No grupo há 20 famílias, com 32 crianças, segundo o Coletivo Frente Afegã.

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