Brasil e países africanos vão retomar e reforçar relações bilaterais.

Ao voltar ao Brasil, depois de participar da 3ª Cúpula da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac) e da União Europeia (UE) em Bruxelas, capital da Bélgica, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez escala em Cabo Verde e, em rápido encontro com o presidente cabo-verdiano, José Maria Neves, reiterou o interesse brasileiro em retomar as parcerias e o bom relacionamento com os países do continente africano.

Lula lamentou o afastamento do Brasil nos últimos anos em relação o continente africano, mas garantiu que essa relação será recuperada em nome dos vínculos históricos entre Brasil e África. “Quero recuperar a relação com o continente africano porque nós brasileiros somos formados pelo povo africano. Nossa cultura, cor e tamanho é resultado da miscigenação entre índios, negros e europeus. Temos profunda gratidão ao continente africano por tudo que foi produzido durante 350 anos de escravidão em nosso país”, disse Lula ao ressaltar que o Brasil pretende compensar o continente que é berço da humanidade.

Segundo o presidente, algumas das “formas de pagamento” planejadas pelo Brasil – em retorno às inúmeras contribuições dadas pelos africanos obrigados a ir para o Brasil nos tempos de escravidão – envolvem compartilhamento de tecnologias; formação profissional de especialistas voltados às necessidades identificadas no continente; e ajuda para a industrialização e agricultura na África.

Lula antecipou que fará viagens a países africanos ainda este ano e em 2024. “Vamos abrir embaixadas nos países em que o Brasil não tem embaixadas, e fazer muitas reuniões com vários especialistas africanos para definirmos no que o Brasil pode ajudar mais o continente africano”, completou.

Em tom de agradecimento pela visita, o presidente de Cabo Verde comemorou “o regresso do Brasil ao mundo”. “O Brasil é um grande país, e o seu poder no globo deve estar à altura de sua dimensão. O presidente Lula tem trazido essa grandeza ao Brasil, e tem se colocado no mundo à altura dos desafios que o mundo enfrenta neste momento”, discursou o cabo-verdiano. Segundo José Maria Neves, a ordem do mundo está em um “processo de transfiguração” e, por isso, “precisamos de lideranças visionárias, transformadoras e catalisadoras desse novo momento”, disse referindo-se ao presidente brasileiro. “Estamos contentes com a contribuição do Brasil para [ações nos países] do sul e para termos um mundo mais igual, onde todas e todos tenham muito mais oportunidades de viver com dignidade”, concluiu.

*com informações da Agência Brasil

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