Ao completar 80 anos, em 2023, Humberto Espíndola é um dos maiores artistas consagrados de Mato Grosso do Sul para o mundo.
Escritor e artista, ele foi o primeiro secretário de Estado de Cultura de MS – 1987 a 1990 – e organizou, com Aline Figueiredo, a Primeira Exposição dos Artistas Mato-Grossenses, em Campo Grande, onde fundaram, em 1967, a Associação Mato-Grossense de Arte. Suas expressões de arte vieram aos 13 anos, e a pintura em tela começou em 1964. A partir de 1967, imprimiu o tema Bovinocultura, conquistando uma posição incontestável de artista que valoriza aspectos regionais, mas seu talento transcendeu para além das fronteiras da arte brasileira e mundial. Seu trabalho tem sido registrado em bibliografias e livros de arte contemporânea.
Suas obras integram acervos de museus e coleções no Brasil e no exterior. Foi gestor artístico do Museu de Arte Contemporânea de MS de 2002 a 2005 e coordenador de Artes Plásticas do 1º, 2º e 3º Festival América do Sul, em Corumbá/MS.
A arte de Humberto Espíndola ganhou o mundo e deu vazão à arte em um tempo de isolamento do oeste brasileiro, expondo nas bienais internacionais de Paris, Veneza, Medellin, Havana, e São Paulo.
“Eu desenhava desde garoto, até com uma mangueira, quando lavava a calçada de casa, criando figuras no muro. Depois, já adolescente, cheguei a escrever poesias motivado por algumas paixões malucas”, disse Humberto numa Roda de Conversa durante o Festival Campão Cultural, em outubro de 2022.
“Hoje somos chamados de mega-oeste, vi isso na internet. O futuro é aqui, o início do Brasil novo. Campo Grande é uma cidade ansiosa de ser grande e nós campo-grandenses temos muito disso. Foi uma cidade papelão, lá atrás, agora se recupera, tanto cultural, como social, e o momento principal está chegando. Eu vi Campo Grande crescer, vivi toda essa transformação. […] Eu nasci aqui, saí e voltei e resolvi ficar, poderia ter saído pelo mundo, Nova York, Paris. Minha mãe foi um paraquedas para puxar tantos artistas para essa terra. E estou feliz por estar aqui e ter uma história para contar”.