Israel x Palestina. Uma guerra interminável?

Após constantes ataques entre israelenses e palestinos, e muitas mortes dos dois lados, a ofensiva de Israel mais recente foi na segunda-feira (3/7), no campo de refugiados de Jenin, na Cisjordânia ocupada, a maior operação militar na Cisjordânia nos últimos 20 anos, que resultou em pelo menos 12 palestinos e um soldado israelense mortos, além de muitos feridos.

Após dois dias de conflitos, fontes afirmaram à emissora BBC (Londres) que Israel começou a se retirar do local. Centenas de soldados israelenses foram mobilizados, e combates forçaram a evacuação de ao menos 3 mil palestinos, segundo a organização humanitária Crescente Vermelho. Enquanto as tropas se retiravam, militantes palestinos em Gaza lançavam foguetes em direção a Israel, mas foram interceptados e não houve relatos de vítimas. Em resposta, Israel atingiu uma instalação subterrânea de fabricação de armas em Gaza.

A história do campo de refugiados de Jenin.
O campo foi criado no início dos anos 1950 para os palestinos deslocados durante a guerra de 1948-49, em que o recém-nascido Estado de Israel lutou contra seus vizinhos árabes. À época, pelo menos 750 mil pessoas tiveram que abandonar suas casas, no que os palestinos chamam de Nakba ou “catástrofe”. Durante a Segunda Intifada, onda de violência que ocorreu em Israel e nos territórios palestinos entre 2000 e 2005, o campo de Jenin tornou-se um dos maiores focos de tensão. Em abril de 2002, após uma campanha de atentados suicidas em Israel, na qual muitos dos perpetradores eram de Jenin, as forças israelenses lançaram um ataque em grande escala à cidade que durou 10 dias e ficou conhecido como a Batalha de Jenin. Pelo menos 52 palestinos, metade deles civis, foram mortos nos combates, assim como 23 soldados israelenses. Cerca de 400 casas foram destruídas, e um quarto da população perdeu suas casas.

Um relatório das Nações Unidas criticou Israel por não permitir a entrada de ajuda humanitária no campo de refugiados, e o lado palestino por esconder militantes em casas de civil.

*Foto Wafa

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