O cheiro e o sabor agradáveis, o formato diferente ou até mesmo a ausência do fogo podem ser os atrativos do cigarro eletrônico que tem atraído um número cada vez maior de usuários. Embora a venda seja proibida no Brasil, não há controle da comercialização que é bem acessível em lojas físicas e online.
Ocorre, que há mais prejuízos do que benefícios nesse produto da moda, principalmente entre os jovens. Muitos divulgam o produto como uma alternativa para parar de fumar, mas é uma informação errônea e não reconhecida pelo Ministério da Saúde. Apesar de não parecer, o chamado vape também é um derivado do tabaco, está ligado ao tabagismo e é tão prejudicial à saúde quanto os cigarros convencionais.
Os cigarros eletrônicos fazem parte do universo dos dispositivos eletrônicos para fumar (DEFs), aparelhos que funcionam com bateria em diferentes formas, por exemplo, em formato de cigarros, canetas e pen drives. Em sua maioria, contêm aditivos com sabores, substâncias tóxicas e nicotina, que é uma droga que causa dependência, adoecimento e morte.
Qs riscos para a saúde.
Os cigarros eletrônicos podem até ter sido desenvolvidos com a proposta de reduzir danos, partindo do princípio que, em seu mecanismo de ação, não haveria monóxido de carbono, alcatrão e tantas outas substâncias que surgem a partir da degradação e combustão do tabaco. Porém, segundo Sandra Marques, que é cirurgiã-dentista e coordenadora estadual do Programa Estadual de Controle do Tabagismo de São Paulo, eles também foram desenvolvidos para entregar nicotina. Por ser psicoativa, é uma substância responsável pela dependência.
Além disso, de acordo com o INCA, estudos mostram que os níveis de toxicidade podem ser tão prejudiciais quanto os do cigarro tradicional, já que combinam substâncias tóxicas com outras que muitas vezes apenas mascaram os efeitos danosos. Dentre essas substâncias tóxicas, a cirurgiã ressalta ainda a presença de metais pesados, como chumbo, ferro e níquel. A presença de tudo isso já é motivo suficiente para o desenvolvimento de inúmeras doenças, inclusive o câncer, doenças respiratórias e cardiovasculares.
Alguns dos malefícios do cigarro eletrônico pode e os riscos envolvidos.
1 – Substâncias tóxicas presentes nos líquidos: Os líquidos utilizados nos cigarros eletrônicos contêm uma variedade de substâncias tóxicas, incluindo nicotina, formaldeído, acroleína e metais pesados. A inalação dessas substâncias pode levar a danos pulmonares, problemas cardíacos e irritações nas vias respiratórias.
2 – Riscos para os pulmões: Estudos têm mostrado uma associação entre o uso do cigarro eletrônico e lesões pulmonares graves, incluindo a condição conhecida como “lesão pulmonar associada ao vape” (EVALI, na sigla em inglês). Essas lesões podem levar a sintomas como falta de ar, tosse, dores no peito e, em casos mais graves, insuficiência respiratória. Os riscos são especialmente preocupantes para os jovens, cujos pulmões ainda estão em desenvolvimento.
3 – Dependência de nicotina: Apesar de muitos usuários acreditarem que os cigarros eletrônicos são uma alternativa livre de nicotina, a maioria dos dispositivos contém essa substância viciante. A nicotina causa dependência física e psicológica, levando os usuários a desenvolverem hábitos de consumo cada vez mais frequentes e dificultando o abandono do cigarro eletrônico.
4 – Exposição passiva: Além dos riscos para os usuários, a exposição passiva ao vapor dos cigarros eletrônicos também pode ser prejudicial à saúde. Estudos demonstraram que os compostos presentes no vapor exalado pelos usuários podem ser inalados por outras pessoas ao redor, aumentando o risco de problemas respiratórios, principalmente em crianças e não fumantes.