As críticas de lideranças políticas e reclamações de segmentos da sociedade feitas a prefeita Adriane Lopes começam a causar grande desconforto e preocupação na Prefeitura de Campo Grande e aos apoiadores da atual administração municipal. Especialmente as manifestações desesperadas de mães de crianças e jovens portadores de alguma deficiência, em especial, a microcefalia, causaram grande inquietação e apreensão, especialmente com a divulgação de vídeo em que essas mães choravam, gritavam desesperadas, uma delas afirmando que já pensava em se atirar de um viaduto pela angústia de ver seu filho sofrendo e nada poder fazer sem o apoio da Prefeitura Municipal.
A repercussão dessa manifestação gerou reações entre lideranças de bairros e entre políticos. Uma das manifestações com duras críticas à prefeita Adriane Lopes partiu de Rose Modesto, que concorreu ao cargo de prefeita na última eleição. “O que está acontecendo com as crianças, e com as mães das crianças que tem alguma deficiência? Não é mais possível, é inaceitável essa situação”, afirmou Rose em postagem no seu instagram.
“Chega!!! Não dá mais para esperar. Não dá mais ouvir a Prefeitura anunciar que não tem remédios, que não tem as fraldas, que não tem a dieta. A dieta, gente, é a alimentação que essas crianças especiais precisam para poder sobreviver. Eu estou fazendo aqui um clamor, um pedido: Prefeita, por favor, corte o que precisar cortar, mas não deixe continuar faltando medicamentos, não deixe faltar alimentos, não deixe faltar todos os ítens que essas crianças deficientes necessitam”, afirmou Rose Modesto.
A ex-deputada e ex-presidente da Sudeco seguiu afirmando que “é desumano, é criminoso. Aliás, não é só para essas crianças deficientes. É para toda a população. A saúde é a maior prioridade. Durante o período eleitoral, a senhora garantiu que estava tudo certo. Então, hoje eu estou vindo aqui pedir. Não como candidata, a eleição acabou. Estou aqui como mulher, como cidadã, alguém que mora na cidade de Campo Grande. Que paga os impostos, como todos pagam. Por favor prefeita, socorra a população, em especial os mais necessitados”.
E complementou lembrando a obrigação das autoridades que estão no poder de dar dignidade às mães, às crianças e a todas as pessoas que moram na Capital do Estado. “Isso é o mínimo que vocês, da Prefeitura, precisam fazer.
E Rose também pediu as instituições, entidades, todos que podem fazer uma cobrança por esses direitos, para que o façam uma vez que há pontos críticos. Segundo ela, com a cobrança quem sabe as soluções venham para minimizar os graves problemas vividos, principalmente, no setor de saúde.
Pisando nos humildes
Outra atitude da prefeita de Campo Grande, Adriane Lopes (PP), que está chocando a sociedade campo-grandense e repercutindo mal é a Ação Direta de Inconstitucionalidade que foi impetrada contra ação do ex-prefeito Marquinhos Trad (PDT), que promoveu 915 servidores da saúde sem concurso público. O ex-prefeito havia adotado essa medida para melhorar um pouco o nível salarial dos servidores mais humildes, como copeiras, telefonistas, motoristas, assistentes administrativos, assistentes de serviços de saúde. E a prefeitura está agindo para acabar com essa melhoria dos servidores.
Adriane argumenta que o enquadramento de servidores sem concurso público é inconstitucional mas não leva em conta a situação de penúria desses servidores que não conseguiam sobreviver com alguma dignidade com os salários que recebiam e foram corrigidos pelo ex-prefeito Marquinhos Trad, ex-aliado de Adriane.
Marquinhos chegou a se manifestar afirmando que a atual prefeita “está tirando de funcionários humildes para pagar o alto escalão”, questionando o porque de anular a promoção de 915 servidores da saúde e justamente quando os salários dos assessores mais diretos da prefeita Adriane tiveram seus salários reajustados em índices que variam entre 96% e mais de 200%.