Fracassa golpe militar na Bolívia e general Juan Zuniga é preso.

Juan José Zúñiga, o general que liderou uma tentativa de golpe de Estado na Bolívia contra o presidente Luis Arce, foi preso na noite de quarta-feira, após crise que durou menos de 24 horas na Plaza Murillo, em La Paz.

Com tropas e veículos blindados, Zúñiga cercou por horas a Casa Grande del Pueblo, o palácio presidencial boliviano também conhecido como Palacio Quemado, com o objetivo, segundo o próprio, de “expressar descontentamento com a situação do país”, de precipitar “uma troca ministerial” e de libertar presos políticos, como Jeanine Añez, condenada em 2022 a dez anos de prisão por ter organizado um golpe de Estado contra Evo Morales, presidente de 2006 a 2019.

Analistas políticos dizem que na base da tentativa de golpe militar está a intenção de Evo Morales de voltar ao poder em 2025. Zúniga havia sido destituído do cargo de comandante do exército na terça-feira, 25, véspera da tentativa de golpe, por ter ameaçado Morales, pré-candidato às eleições de 2025 supostamente contra Arce, uma vez que os dois, antes aliados, são hoje rivais políticos.

Ao ser detido ao lado de outro militar, Zúñiga, disse, sem apresentar nenhuma prova, que agiu a mando de Arce. “O presidente disse-me que a situação está muito crítica, que era preciso algo para levantar a sua popularidade”. O general teria então perguntado ao presidente: “colocamos os blindados na rua?”, ao que Arce teria dito: “coloque”.

Em discurso horas depois da tensão, Arce garantiu, da varanda do palácio presidencial, ao lado do vice-presidente, David Choquehuanca, que o seu governo fará “respeitar a democracia conquistada com o voto nas urnas”. Nas ruas, manifestantes gritaram palavras de ordem a favor da democracia e cantaram o hino nacional.

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